O Chile chega à COP28 intensificando a sustentabilidade de seu setor leiteiro e, com a IICA, o Conselho de Exportadores de Laticínios dos EUA (USDEC) e a Dairy Management Incorporated (DMI), irradia boas práticas para a América Latina
Santiago, 29 de novembro de 2023 (IICA). – O setor agropecuário do Chile, em um trabalho articulado entre os setores público e privado, avança para uma produção limpa e sustentável em áreas diversas, como as de carnes de ave e porco, de ciruelas desidratadas e do setor leiteiro.
Ícone disso é o programa "Chile Origem Consciente", liderado pelo Escritório de Estudos e Políticas Agrárias (ODEPA) e apoiado pela Agência de Sustentabilidade e Mudança do Clima (ASCC), que têm se centrado em melhorar o desempenho da sustentabilidade no setor agroalimentar.
María José Pizarro, Chefe do Departamento de Sustentabilidade e Mudança do Clima do ODEPA, contou que esse processo de construção participativa de padrões setoriais vem trabalhando desde o início com associações como a Chilecarne, a Asprocer e o Consórcio Leiteiro.
“Hoje, as ferramentas para gerar padrões estão disponíveis para todos os setores que desejarem participar”, assegurou.
"O Programa Chile Origem Consciente, além de contribuir para as metas assumidas na Agenda 2030, aumenta o reconhecimento global dos produtos e das empresas chilenas de alimentos que voluntariamente assumem os desafios de produzir de forma sustentável”, complementou Pizarro.
Padrão de sustentabilidade leiteira no Chile
O "Padrão de Sustentabilidade para as Instalações Leiteiras" é liderado pelo Consórcio Leiteiro, corporação que busca impulsionar o desenvolvimento sustentável e dinâmico do setor lácteo chileno, agrupa cerca de 90% dos produtores nacionais e aborda 156 ações nas dimensões social, econômica e ambiental.
Neste sentido, alinham-se 10 aspectos do processo de produção do leite, relacionados com a gestão de resíduos, o bem-estar animal, a gestão hídrica, a biodiversidade, o manejo do solo, a qualidade e a inocuidade, a gestão energética e as emissões de gases de efeito estufa, o trabalho e a proteção social, a gestão econômica e a relação com as comunidades.
O programa piloto começou em 2022, e hoje já são mais de 300 as empresas do setor lácteo que se submeteram voluntariamente ao processo de autoavaliação quanto à sustentabilidade de suas operações.
Mais de uma centena deles já foram auditados e certificadas oficialmente. Essa ação tem demonstrado que os avanços em temas ambientais, do bem-estar animal e de outros aspectos trabalhistas são parte integrante dos sistemas de trabalho dos produtores de leite do Chile.
Natalie Jones, Coordenadora de Sustentabilidade do Consórcio Leiteiro, explicou que, para o desenvolvimento do padrão, contaram com o apoio técnico e o conhecimento do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
"É uma ferramenta que permite certificar e reconhecer as ações dos produtores leiteiros nacionais em sua atividade, o que é uma garantia para a comunidade e os consumidores de que o que se está fazendo no campo é efetivamente sustentável", observou.
Hernán Chiriboga, Representante do IICA no Chile, assegurou que “o trabalho no desenvolvimento do primeiro Padrão de Sustentabilidade para Estabelecimentos Leiteiros permitiu o desenvolvimento de uma ferramenta de gestão para o setor baseada no estudo e na identificação de boas práticas e ações que foram ou serão implementadas".
O IICA colaborou no desenvolvimento de recursos como guias, documentação, planilhas, registros e capacitações para que os produtores possam implementar ações sustentáveis em suas empresas leiteiras. Também ofereceu capacitações para auditores do padrão e para extensionistas do INDAP ou implementadores do Padrão da Agricultura Familiar Camponesa.
Além disso, implementou padrões de sustentabilidade em outros setores, como o da ameixa desidratada, um setor importante em que o Chile é o principal exportador mundial.
Para conhecer mais do padrão pode-se acessar https://www.certificacionpredial.cl/.
Com a experiência do Chile, o IICA também trabalha na promoção do desenvolvimento de padrões de sustentabilidade em outros países da América com o Conselho de Exportadores de Laticínios dos Estados Unidos (USDEC, sigla do inglês) e o Dairy Management Incorporated (DMI), organizações com que ampliou acordos de cooperação para fortalecer a promoção e harmonização de normas de base científica relacionadas com a alimentação, a agricultura no hemisfério e a participação em foros internacionais com vistas ao estabelecimento de padrões e à participação em eventos de importância mundial, como a próxima COP28 que se iniciará em poucos dias em Dubai.
Lloyd Day, Diretor Geral Adjunto do IICA, ressaltou que essa parceria “ajuda a comunicar a verdade e a evidência científica sobre a importância da agricultura animal, o desenvolvimento de economias e o desenvolvimento dos meios de vida dos agricultores para a nutrição das crianças até a idade adulta, bem como sobre a capacidade dos animais e da indústria de contribuir para a adaptação imediata à mudança do clima”.
Day também participou da Cúpula Mundial de Produtores Lácteos organizada pela Federação Internacional de Produtores Lácteos (IDF, por suas siglas em inglês) em Chicago, como palestrante em um painel internacional que refletiu sobre os esforços globais para fomentar a demanda láctea.
No âmbito deste encontro internacional que convocou mais de 1.240 líderes do setor lácteo provenientes de 55 países, o IICA firmou um memorando de entendimento com a IDF para o desenvolvimento de um programa de trabalho conjunto em temas de sustentabilidade e promoção de consumo.
Para Caroline Emond, Diretora Geral da IDF, “a assinatura de um acordo com o IICA foi um importante passo à frente para uma colaboração ainda maior com uma organização hemisférica que promove a agricultura e os laticínios sustentáveis nas Américas e no mundo”.
Emond também se referiu à liderança Chile por seu trabalho em uma indústria leiteira sustentável e à Cúpula Mundial que se realizará em Santiago em 2025. “A IDF WDS 2025 será uma oportunidade inigualável para que o setor lácteo pan-americano participe do intercâmbio de conhecimentos, da inovação e da
criação de redes com líderes e peritos mundiais em laticínios, bem como para que a comunidade leiteira internacional conheça melhor o setor leiteiro chileno e seu potencial”.
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