O Diretor Geral do IICA apresentou aos embaixadores da América Latina e do Caribe nos Emirados Árabes Unidos o pavilhão que representará o agro do continente na COP28
São José, 24 de novembro de 2023 (IICA) - O Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, apresentou aos embaixadores e diplomatas dos países da América Latina e do Caribe reconhecidos pelos Emirados Árabes Unidos as atividades que ocorrerão na Casa da Agricultura das Américas, o pavilhão que representará o setor agroalimentar do continente na COP28, a conferência da ONU sobre a mudança climática que ocorrerá em Dubai a partir de 30 de novembro.
A COP, o maior fórum global de negociação sobre objetivos e ação climática, reunirá este ano uns 70.000 líderes, entre chefes de Estado e de Governo, altos funcionários nacionais, industriais, dirigentes do agro, acadêmicos, especialistas, jovens e representantes do setor privado e ONGs.
Por segundo ano consecutivo, depois da instalação de um pavilhão na COP27, no Egito, o IICA, os governos dos seus 34 Estados membros e sócios estratégicos do setor privado terão um espaço na COP que será sede de discussões do mais alto nível sobre o papel da agricultura regional nos esforços de mitigação e adaptação.
O Diretor Geral do IICA explicou que a premissa é posicionar o setor agropecuário das Américas nas negociações ambientais como parte da solução da crise climática e mostrar as transformações que o setor de produção tem implementado na região em prol da sustentabilidade.
A apresentação reuniu aos embaixadores do Grupo América Latina e o Caribe (GRULAC), grupo de diálogo e concertação que tem por objetivo criar consensos sobre diversos temas de interesse da região. A reunião foi liderada por Jorge Molina Arambarri, Embaixador argentino nos Emirados, que apoiou plenamente o IICA ao sinalizar que a agricultura está longe de ser o principal responsável da mudança climática e que é necessário que o mundo conheça os seus avanços em prol da conservação dos recursos naturais.
Participaram também Rebeca Pérez, Embaixadora do Panamá; Renso Herrera, Embaixador da República Dominicana; Marco Antonio Santiváñez, Cônsul do Peru; Sofia Barba, Agregada de Assuntos Econômicos e Comerciais do México; e Sindy Suárez, secretária da Embaixada do Paraguai.
O continente americano, ator estratégico
“Dada a riqueza dos seus recursos e o grau de desenvolvimento da sua agricultura, em qualquer cenário futuro a América e o Caribe estão obrigados a serem atores estratégicos para a segurança alimentar, nutricional e ambiental do planeta”, explicou Otero.
O Diretor General do IICA disse também que a presença do IICA na COP28 foi respaldada em outubro passado durante a Conferência de Ministros de Agricultura das Américas, que contou com a participação de dois presidentes (da Guiana e do Panamá), 25 ministros e vice-ministros, líderes rurais e representantes do setor privado.
“Temos uma grande capacidade de convocatória cada vez que é discutida a transformação da agricultura no continente e sua projeção internacional”, assegurou.
Otero sinalizou que não é somente errado colocar a agricultura do continente no banco dos acusados pela mudança climática, mas também é muito perigoso. “Somente com um setor agropecuário ativo e dinâmico na América Latina e no Caribe o mundo terá uma oferta de alimentos segura para uma população mundial que está chegando a 8.500 milhões de habitantes”, advertiu.
Comentou que é indispensável que o setor construa uma estratégia de posicionamento e negociação no cenário internacional, para que seja reconhecido o capital natural e de produção do continente, e essa é a importância do pavilhão do IICA na COP28.
“Defendemos que a agricultura é parte da solução para a crise climática, que a ciência e a inovação devem ser a base das transformações que já estão ocorrendo e que os produtores devem participar com um papel destacado nas discussões”, ele disse.
Otero enfatizou que os produtores agropecuários são os primeiros interessados em cuidar dos recursos naturais em zonas rurais: “Todo produtor é um potencial ecologista. Algum pode ser que erre, por necessidade de aumentar a sua renda, mas nunca vimos um produtor que queira destruir o seu capital natural. Pelo contrário, eles querem cuidar dele para eles e para suas famílias. Temos que posicionar o setor na discussão climática e fazer uma defensa racional, e não corporativa, para que não seja colocado no papel de vilão. Temos responsabilidades, mas os responsáveis principais são o setor energético e os países de maior desenvolvimento relativo”.
O Diretor Geral do IICA explicou que a expectativa do setor agroalimentar das Américas na COP28 é que a agricultura seja reconhecida como um setor particularmente vulnerável à mudança climática, estratégico para os meios de vida de bilhões de pessoas em todo o planeta, e é parte da solução da crise climática.
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