O setor privado de alimentação mostra compromisso pleno com o combate à degradação dos solos e apoia a convergência das Américas para a Cúpula da ONU
São José, 26 de maio de 2021 (IICA) - Empresas líderes do setor alimentício manifestaram o seu compromisso com o combate à degradação dos solos nas Américas e com a busca de consensos para que o Hemisfério exiba uma postura convergente na Cúpula sobre Sistemas Alimentares convocada pelas Nações Unidas.
Além disso, em uma reunião virtual organizada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), referências do setor privado concordaram em que os sistemas agroalimentares da região mostraram notável resiliência frente aos desafios trazidos pela pandemia.
Do encontro, além do Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, do Diretor Geral Adjunto do organismo, Lloyd Day, e do Ministro da Agricultura de São Vicente e Granadinas, Saboto Caesar, participaram representantes de empresas e associações líderes como BASF, Bayer AG, BRF, Carrefour, Cargill, Coca-Cola, Conagra, Council of the Americas, Danone, Del Monte, Dos Pinos, Elanco, Grupo Bimbo, Grupo Herdez, International Consumer Beverage Association (ICBA), McCormick, Metos, Nestlé, PepsiCo, Reckitt Benckiser, Sigma Alimentos, Smuckers, Syngenta, Walmart e a Federação de Produtores de Leite dos Estados Unidos.
O setor privado é um ator fundamental para o desenvolvimento agropecuário e rural nas Américas, e o IICA entende que a importância do seu papel é fundamental na transição, que já está em andamento, para uma agricultura mais sustentável nas suas três dimensões – econômica, social e ambiental.
Atualmente, diversas empresas trabalham com governos, organismos internacionais e universidades no programa “Solos Vivos das Américas”, iniciativa lançada em dezembro pelo IICA com o laureado professor Rattan Lal, da Universidade Estadual de Ohio, com o objetivo de articular esforços públicos e privados no combate à degradação dos solos, fenômeno que ameaça solapar a capacidade dos países de atender sustentavelmente à demanda de alimentos.
Eduardo Bastos, Chefe de Sustentabilidade da Bayer Crop Science, expressou o orgulho de representar a primeira empresa privada a se tornar parceira estratégica da iniciativa. “Devemos unir-nos e trabalhar juntos para construir solos mais resilientes, que continuem alimentando os habitantes da região e o restante do mundo”, disse Bastos. E acrescentou: “A agricultura é parte da solução do problema da mudança do clima; não esqueçamos nunca disso”.
Paula Uribe, Gerente Sênior de Políticas Públicas Globais e Assuntos Governamentais da Pepsico, afirmou: “Estamos muito comprometidos com a agricultura renegerativa e com práticas sustentáveis alinhadas com as propostas do IICA e com as realidades da região. Desejamos muito trabalhar para assegurar a proteção dos solos, do meio ambiente e da biodiversidade”.
Na mesma linha, Arturo Durán, diretor de Agronegócios da Pepsico na América Latina, destacou que os agricultores da região atribuem grande importância à conservação dos recursos naturais. “Muitos dizem que o seu primeiro objetivo não é a produtividade máxima, mas fazer os solos durarem 100 anos, de maneira que a produtividade seja uma consequência disso”, acrescentou.
Na reunião, o Assessor Especial do Diretor Geral do IICA Jorge Werthein enfatizou a necessidade de se reunir um número maior de atores públicos e privados à iniciativa “Solos Vivos das Américas”.
“50% dos solos da América do Sul estão degradados. A porcentagem é ainda maior na América Central, e o Caribe também vive uma situação extremamente complicada. Isso impacta negativamente na produtividade da nossa agricultura”, reconheceu Werthein.
O Diretor Geral Adjunto do IICA, Lloyd Day, explicou que o Instituto está discutindo com os seus 34 Estados membros a mensagem que as Américas levarão à Cúpula sobre Sistemas Agroalimentares. “Este é um grande ano para a agricultura. Entendemos que a Cúpula não é uma ameaça, mas uma oportunidade. É fundamental, porém, que os agricultores estejam representados na mesa de negociação, porque não há alimentos sem agricultura”, disse Day.
Facundo Etchebehere, Vice-Presidente Global de Assuntos Públicos da Danone, enfatizou a importância de que a voz das Américas seja ouvida na Cúpula sobre Sistemas Alimentares 2021. “Estamos trabalhando para expressar a nossa visão, e o IICA nos tem dado um apoio importante para elaborarmos a nossa postura”, observou. Etchebehere considerou, além disso, que é necessário reconhecer as inquietações dos produtores e dos consumidores.
Para María Nelly Rivas, Diretora de Assuntos Corporativos da Cargill na América Central, é fundamental entender-se as necessidades dos consumidores. “Temos que pensar”, afirmou, “como abordamos o tema das cadeias de valor para envolver o público na iniciativa Solos Vivos das Américas”.
Francisco Arias, Gerente de Relações Institucionais e Agropecuárias na Cooperativa de Productores de Leche Dos Pinos, da Costa Rica, valorizou a importância da parceria público-privada com o objetivo de se obter solos mais saudáveis. “Na Costa Rica”, disse, “não temos sido a exceção e temos sofrido fortemente o impacto da mudança do clima”.
“Os nossos agricultores estão envelhecendo. As novas gerações não se mostram muito dispostas a dedicar-se à agricultura porque a associam com pobreza”, advertiu, na sua vez, Héctor Ibancovichi, Diretor de Agronegócios do Grupo Bimbo, que observou ser crucial reverter esse processo e transformar as áreas rurais em zonas de oportunidades, para garantir a segurança alimentar.
Finalmente, Steve Liston, Diretor Sênior do Conselho das Américas, organização que acomoda importantes empresas dos Estados Unidos, ressaltou a importância do diálogo e da busca de consensos entre os setores público e privado para melhorar as condições e as oportunidades no meio rural. “Não é o comum que um organismo internacional estenda a mão ao setor privado dessa maneira. Por isso, é muito valioso”, observou.
Da reunião participou, como convidado especial, Saboto Caesar, Ministro da Agricultura de São Vicente e Granadinas, país que desde o mês passado se encontra em situação de emergência devido a uma série de erupções do vulcão La Soufrière que levaram ao reassentamento de grande parte da sua população rural.
O Ministro descreveu a difícil situação do país caribenho, relatou os esforços que estão sendo feitos para pôr de pé o setor agrícola e agradeceu o apoio e acompanhamento do IICA e do setor privado. “Sem eles, não poderíamos reconstruir o nosso país. A solidariedade é realmente emocionante”, disse Caesar.
O Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, elogiou o trabalho de Caesar na recuperação da produção alimentar em São Vicente e Granadinas e exortou os setores público e privado a colaborarem com esse esforço. “Todos temos que pensar nesse pequeno país, porque o problema pode acontecer a qualquer um. Este é o mundo em que estamos vivendo hoje, exposto a desastres naturais e catástrofes”.
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