Organismos internacionais, o setor privado e produtores de Equador, Colômbia, Costa Rica e México trocam experiências sobre o gerenciamento do Fusarium R4T, praga que põe em risco a indústria bananeira e a segurança alimentar mundial
Cidade do México, 25 de agosto, 2023 (IICA) - Representantes do setor privado e de organismos internacionais e produtores de Equador, Colômbia, Costa Rica e México trocaram experiências sobre boas práticas de gerenciamento da bananeira e de prevenção da entrada e controle do Fusarium oxysporum cubense raça 4 tropical (FOC R4T), uma praga que põe em risco a continuidade do cultivo, e enfatizaram a relevância de envolver todos os atores da indústria alimentar para entrar em consenso sobre ações conjuntas para a abordagem e o gerenciamento.
No foro, organizado pela Aliança Global contra o R4T e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), os conferencistas coincidiram em sinalizar a importância de centralizar os esforços do setor na prevenção e na formação, na melhoria genética para produzir em massa novas variantes de banana resistentes à doença, e no desenvolvimento de métodos de controle para aumentar a resistência das plantas e parar a transmissão do fungo.
A raça 4 tropical (R4T) do fungo Fusarium infeta as plantas através das raízes e provoca uma murcha letal. Essa doença pode se propagar a novas zonas por meio do movimento de materiais de plantação infetados ou partículas do solo contaminadas impregnadas em sapatos, roupa, ferramentas agrícolas e veículos, e contidas na drenagem e na água de irrigação
No México, a difusão desse patógeno representa uma ameaça muito séria, já que o cultivo de banana-da-terra é um dos agroecossistemas mais lucrativos e de maior distribuição e se cultiva em 15 estados do país.
Diego Montenegro, Representante do IICA no México, expressou que devido à relevância da produção de banana, todas as cadeias alimentares podem estar em perigo se não são tomadas ações em conjunto, e por isso é indispensável o envolvimento de todos os atores da indústria alimentar para trocar experiência para o seu controle.
“É indispensável avançar na geração de alianças e de espaços de intercâmbio e comunicação entre os diferentes atores para combater de forma colaborativa este flagelo que afeta a produção regional da banana”, ele disse.
Gabriel Rodríguez Marqués, Secretário Executivo da Aliança Global contra o R4T, ofereceu um panorama da situação mundial do Fusarium R4T e enfatizou a importância de treinar aos pequenos agricultores sobre métodos de controle de doenças que melhorariam sua produtividade.
“É importante a aceitação do papel da ciência genética moderna na produção de alimentos, a formação de pequenos produtores em métodos de controle de doenças para que melhorem a produtividade de todos os cultivos, e a melhoria da biossegurança nas fazendas, essencial para todos os cultivos com o impulsionamento da propagação de doenças por causa da mudança climática”, sinalizou.
Marianella Ubilla, Presidente do Diretório da Associação de Exportadores de Banana do Equador (AEBE), mencionou a necessidade da blindagem de plantações bananeiras com alto risco de serem contaminadas com fusiariosis R4T nesse país, devido à livre mobilidade humana nas fronteiras com a Colômbia e o Peru. Enfatizou a necessidade de contar com produtos financeiros dirigidos aos produtores para combatê-la.
Román Octavio Pacheco Gómez, técnico especializado da Associação Agrícola de Produtores de Banana-da-Terra do Soconusco (Chiapas, México), enfatizou a situação de plantações bananeiras com alto risco de serem contaminadas com FOC R4T nessa região, devido à livre mobilidade humana na fronteira com a Guatemala.
Sebastián Zapata, Diretor do Centro de Investigação da Banana (CENIBANANO), da Associação de Bananeiros da Colômbia (AUGURA), comentou sobre o gerenciamento de plantações bananeiras com FOC R4T na Colômbia, bem como Jorge Sauma, Gerente General da Corporação Bananeira Nacional (CORBANA) da Costa Rica, que também falou sobre a situação atual das plantações bananeiras com alto risco de serem contaminadas.
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Rocio Campuzano
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