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Os principais atores da cadeia de valor de combustíveis sustentáveis de aviação se reúnem para debater as oportunidades e os desafios do setor

La mesa redonda convocada en Bogotá, Colombia abordó los desafíos, oportunidades y propuestas concretas para dinamizar la tecnología y producción de Combustibles Sostenibles para la Aviación, en la región.  
A mesa-redonda convocada em Bogotá, Colômbia, abordou os desafios, oportunidades e propostas concretas para dinamizar a tecnologia e a produção de combustíveis sustentáveis para a aviação, na região.

 

 São José, 22 de agosto de 2024 (IICA) — No âmbito da urgência de mitigar as consequências das emissões de gases de efeito estufa provenientes da atividade humana, o setor da aviação se mostra um eixo fundamental, representando entre 2% e 3% das emissões globais de CO2 e 12% das emissões produzidas pelo transporte.

Por isso, os Combustíveis Sustentáveis para Aviação (SAF) se apresentam como uma possibilidade certeira — com um peso de 65% dentre as opções — de descarbonização do setor aeronáutico.

Isso ocorre porque esse setor é único, em comparação com o resto do transporte, quanto à sua dependência de combustíveis líquidos e a impossibilidade de implantar novos paradigmas de mobilidade aérea alternativos à combustão interna.

As Américas poderiam desempenhar um papel fundamental em SAF, uma vez que apresenta um alto potencial de expansão, desde a disponibilidade de recursos até um elevado grau de desenvolvimento na cadeia de valor intermediária, por meio dos biocombustíveis dedicados ao setor de transporte terrestre com práticas sustentáveis certificadas. De qualquer forma, o mercado ainda é muito incipiente e atualmente não existe produção local.

É por esses motivos que foi convocada em Bogotá, Colômbia, uma mesa-redonda para abordar os desafios, oportunidades e propostas concretas para dinamizar essa tecnologia e produção na região.

A mesa de trabalho sobre SAF foi composta por representantes do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a Equipe de Campeões do Clima (Race to Zero, Race to Resilience), a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a Organização Latino-Americana de Energia (OLADE), a Comissão Latino-Americana de Aviação Civil (CLAC) e a Coalizão Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos (CPBIO).

O principal objetivo foi reunir os principais atores da cadeia de valor de produção, comercialização e uso de SAF para estabelecer desafios e sugerir linhas de ação a fim de superar os atuais obstáculos e determinar em conjunto como conseguir o seu desenvolvimento na região, com compromissos de ação que podem ser apresentados na Conferência das Partes sobre Mudança do Clima (COP 30) que acontecerá no Brasil no próximo ano.

Em primeiro lugar, cabe destacar que houve amplo consenso sobre as barreiras encontradas ao desenvolvimento de SAF na região. Foi ressaltada principalmente a falta de uma harmonização normativa e de padrões de sustentabilidade em escala mundial. A isso seguiu a necessidade de incentivos econômicos e fiscais, dados os elevados custos de investimento inicial.

El principal objetivo fue reunir a los actores clave de la cadena de valor de la producción, comercialización y uso de los SAF, para establecer desafíos y sugerir líneas de acción.
O principal objetivo foi reunir os atores-chave da cadeia de valor de produção, comercialização e uso dos SAF para estabelecer desafios e sugerir linhas de ação.

Em segundo lugar, e por se tratar de um mercado incipiente e sem uma estrutura normativa específica e consolidada, destacou-se que os SAF possuem altos níveis de incerteza que obstruem e desaceleram os investimentos no setor. Isso, somado à dificuldade de acesso e aos altos custos de financiamento ou incentivos econômicos, traz consigo a falta de instalações para a produção e distribuição de SAF e de tecnologia para a conversão de biomassa ou outros recursos em SAF.

Por fim há a necessidade de uma maior massa de recursos com instrução sobre o tema e a necessidade de divulgação dos benefícios e oportunidades de SAF para alcançar um maior consenso social, motor fundamental para dinamizar essa tecnologia.

Nesse sentido, foi destacado que os SAF podem não apenas descarbonizar o transporte aéreo, mas também possibilitar o desenvolvimento de cadeias de valor associadas, a geração de postos de trabalho sustentáveis e a agregação de valor à produção agrícola, ao mesmo tempo em que geram uma oportunidade de independência energética.

Entre as principais diretrizes comuns para o futuro para fomentar um mercado eficiente, transparente e abundante de SAF, foram destacadas as para estabelecer e harmonizar padrões de sustentabilidade em escala mundial, bem como desenvolver políticas comuns no âmbito regional e nacional para promover a produção e o consumo e que os mercados se baseiem em critérios de sustentabilidade demonstráveis e fundamentados na ciência, assegurando a neutralidade no uso de matérias-primas e tecnologias.

E para que a região alcance o seu potencial de desenvolver um mercado amplo, robusto e sustentável de SAF de maneira eficiente e sustentável, devem ser aproveitadas as vantagens comparativas dos países das Américas e que todos os atores da cadeia — tanto do lado da oferta como da demanda — estejam envolvidos e orientados para uma mesma direção e trabalhando com um horizonte em comum.

“Hoje há mais de 120 aeroportos que distribuem SAF pelo mundo, mas nenhum na região. Há mais de 52 bilhões de litros de SAF sob acordos de compra, mas apenas 1 milhão na América Latina. No entanto, a região é privilegiada pela quantidade abundante, econômica e sustentável de matérias-primas e cadeias de valor intermediárias já desenvolvidas, o que lhe confere um enorme potencial para criar uma indústria massiva de SAF”, resumiu Agustín Torroba, especialista em biocombustíveis do IICA.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int