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Países da América Latina e do Caribe veem a necessidade urgente de fortalecer os serviços de sanidade animal para garantir a posição global como fornecedores de alimentos

Principal
Participaram do seminário internacional Santiago Peña, Presidente do Paraguai (centro); Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; Carlos Giménez, Ministro da Agricultura e Pecuária do Paraguai; e Maris Llorens, Embaixadora da Boa Vontade do IICA; entre outras altas autoridades do setor agropecuário regional.

 

Assunção, 11 de abril de 2024 (IICA) — No Paraguai, ministros e altas autoridades do setor agropecuário de países do continente americano, chefes dos serviços nacionais de sanidade e representantes de organismos multilaterais concordaram sobre a necessidade de fortalecer rapidamente os sistemas de vigilância de saúde animal perante novas ameaças, como uma forma de robustecer a posição da região como grande produtora e exportadora mundial de proteínas.

O seminário internacional “A saúde animal e sua contribuição para a transformação dos sistemas alimentares nas Américas” reuniu-se em Assunção, Paraguai, com a presença do Presidente do país, Santiago Peña, e autoridades de 23 nações, entre ministros e vice-ministros da agricultura, chefes de serviços de saúde e representantes de organismos internacionais.

O evento de alto nível, no qual foi formulado um profundo intercâmbio de informações sobre os desafios vigentes, as tendências e experiências no combate a zoonoses que ameaçam a saúde, a produção, o ambiente, os empregos, as exportações e a segurança alimentar e nutricional, foi organizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) do Paraguai, o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (SENACSA) do país, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O Ministro da Agricultura e Pecuária do Paraguai, Carlos Giménez, ressaltou a importância das contribuições da agricultura familiar para a saúde animal e a necessidade de que todos os agricultores participem ativamente do fortalecimento da sanidade. “A parceria público-privada é importante para que o nosso produto continue sendo procurado e tendo acesso aos mercados. Estamos em um encontro sumamente integrador, e é importante que o nosso trabalho seja baseado em ciência”, indicou.

Segunda
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA e Fernando Mattos, Ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai e Presidente da Junta Interamericana de Agricultura (JIA).

 

Fernando Mattos, Ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai e Presidente da Junta Interamericana de Agricultura (JIA), órgão superior de governo do IICA, representando 34 países das Américas, ressaltou “a importância de realizar esses foros mais frequentemente para fortalecer os serviços sanitários e sua integração, de modo a erradicar doenças em animais. Devemos ressaltar o trabalho que está sendo realizado e, acima de tudo, visar a integração geral com políticas reguladoras para que tenhamos um mecanismo de defesa e vigilância e uma equipe de resposta mais rápidos”.

E acrescentou: “Essa região é fundamental para o que o mundo precisa. Devemos clamar por uma maior consideração e levar nossas vozes aos foros nacionais, para que a voz das Américas tenha um peso maior”.

No foro também foram abordados assuntos como os desafios futuros da Organização Mundial de Sanidade Animal (OMSA) e os impactos de doenças como a aftosa, a peste suína africana e a gripe aviária na sustentabilidade do negócio agropecuário. Também se falou sobre a importância das parcerias entre agências do setor público e foi feito um grande reconhecimento do valor e da importância dos serviços veterinários de sanidade animal para os objetivos dos países.  

Aspectos como desafios, ameaças e tendências do novo mapa de doenças foram outros temas relevantes abordados no seminário.

“Os sistemas agroalimentares estão se transformando. Estão ocorrendo mudanças muito profundas, como a revolução tecnológica, a fronteira de conhecimentos e a crise climática. Devemos analisar as ameaças e transformá-las em oportunidades. As Américas geram 30% dos alimentos que são exportados, e a América Latina e o Caribe representam a região exportadora líquida mais importante do mundo. Juntos, somos os avalistas da segurança alimentar do planeta. Temos muito a mudar, mas temos um papel central e precisamos defender essa condição, pois somos atores fundamentais não apenas disso, mas também do futuro”, disse o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.

“A essência desse seminário é precisamente fomentar o diálogo, encontrar posições consensuais para fortalecer a nossa importância como região. A agenda mundial requer que a agricultura seja vista de maneira sistêmica, desde a produção até o consumo. Não poderá haver uma visão sistêmica se não defendermos a centralidade da ruralidade, onde 90% dos alimentos são produzidos e onde se define a qualidade da biodiversidade”, acrescentou.

Por sua vez, Pedro Martel, Chefe da Divisão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Rural e Gestão de Riscos de Desastres do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destacou que 40% do PIB agropecuário da América Latina provém da atividade pecuária. “Fala-se muito da parte agrícola, mas não tanto da pecuária. Devemos pôr isso em termos econômicos para além das exportações. Fala-se mais da geração de divisas e menos da geração de emprego. É importante ressaltar a importância da ruralidade e do bem-estar das populações rurais. Outra questão não menos importante é a mudança do clima. Devemos reduzir os danos ambientais. Outro ponto que gostaria ressaltar é o aumento da produtividade pecuária e o trabalho relacionado à saúde animal. Sem saúde animal não haverá aumento de produtividade”, destacou.

 

Tercera
Carlos Giménez, ressaltou a importância das contribuições da agricultura familiar para a saúde animal e a necessidade de que todos os agricultores participem ativamente do fortalecimento da sanidade.

José Carlos Martín Camperchioli, Presidente do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai (SENACSA), destacou a importância da posição da região e de seu país como fornecedores de alimentos e clamou por reforçar essa posição com a prevenção perante novas ameaças. “Para 2050, temos um desafio importante. A produção de alimentos deve aumentar 60%. O Paraguai tem o potencial de ser um ator fundamental nessa contribuição. Hoje, ele produz para mais de 80 milhões de pessoas, 15 vezes a população paraguaia”, indicou.

Fernando Vilella, Secretário de Bioeconomia da Argentina, traçou um panorama do futuro da segurança alimentar, identificou tendências em termos de desafios futuros para a sanidade animal e incorporou a visão da bioeconomia ao debate, como caminho para a agregação de valor na região.

“Não há fronteiras para as doenças, o que há é a necessidade de realizar um discurso comum e transformar a nossa realidade. Os sistemas agroalimentares merecem uma visão sistêmica que consiga abranger de uma maneira melhor a solução; o enfoque da bioeconomia, como o entendemos, é uma abordagem vinculada ao desenvolvimento territorial que leva em conta o ambiente e a população. Nós não somos o problema, somos a solução. A segurança alimentar precisa de nós, e devemos seguir juntos, por isso a necessidade de um discurso comum”, enfatizou.

 

O Vice-Ministro de Extensão e Capacitação Agropecuária da República Dominicana, Darío Vargas Mena, descreveu o desafio de seu país no combate à peste suína, descreveu as implicações da situação dramática do Haiti e destacou a importância da ação coletiva para fortalecer a situação da sanidade animal nos países.

“Somos um país pequeno, mas alimentamos a muitos. O que se destaca em meu país é o comércio. Há um grande desafio: adequar a estrutura de serviços. Trata-se de adequar os serviços de saúde, de sanidade agropecuária e de saúde dos alimentos”, indicou.

Hugo Idoyaga, Presidente da Organização Mundial de Sanidade Animal (OMSA), lembrou que “abordar essas questões requer a colaboração global e o aprofundamento dos esforços entre todos os governos, organismos internacionais e organismos científicos”.

Cuarta
Manuel Otero observou que os sistemas agroalimentares estão se transformando, e estão ocorrendo mudanças muito profundas, como a revolução tecnológica, a fronteira de conhecimentos e a crise climática, de modo que as ameaças devem ser analisadas e transformadas em oportunidades.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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