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Peritos destacam o papel da agricultura na descarbonização do transporte por meio dos biocombustíveis

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Em 2020, o bioetanol substituiu 5,2% da gasolina no âmbito mundial, enquanto o biodiesel substituiu 3,5% do diesel fóssil.

São José, 15 de fevereiro de 2022 (IICA) — Diante de um aumento exponencial nos danos ao meio ambiente e de uma escalada da crise climática, o continente americano possui uma oportunidade inegável para apoiar o avanço para uma matriz energética mais sustentável.

Os desafios, as vantagens e as oportunidades enfrentados pela mudança de um paradigma dependente de energias fósseis para novas matrizes energéticas foram expostos por peritos no evento Latam Mobility Day: Clean Fuels, uma cúpula virtual de acesso gratuito organizada pela Latam Mobility e que contou com a participação de Agustín Torroba, especialista em bioenergias do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

O Latam Mobility Day: Clean Fuels foi composto por 3 painéis: o primeiro versou sobre as perspectivas do hidrogênio no setor de transporte; o segundo, sobre o Gás Natural, combustível aliado na redução das emissões no setor transporte; e o terceiro, sobre as perspectivas atuais e futuras para os biofuels no setor de transporte.

A Agência Internacional da Energia (EIA, sigla em inglês) prevê um aumento da demanda energética global de 25% a 30% até 2040, o que significaria um aumento exponencial nos danos ao meio ambiente e um agravamento da crise climática nas economias que dependem do carvão e do petróleo.

Para reverter esses efeitos e apoiar o desenvolvimento e o fomento de novas alternativas aos combustíveis fósseis, é fundamental gerar novos cenários na transição energética, por isso o evento foi disponibilizado a atores chave na indústria para conhecer suas percepções sobre a descarbonização da energia e, especificamente, da mobilidade.

Um dos pontos destacados no evento foi a necessidade de transformar o transporte em um eixo mais sustentável dentro da economia e as possibilidades apresentadas aos biocombustíveis para tornar isso uma realidade.

No evento se discutiu o tema da mobilidade limpa, onde foi destacado o possível papel da eletromobilidade e do hidrogênio no futuro. Por sua vez, o papel preponderante dos biocombustíveis como pedra angular para a transição energética no curto e no médio prazo foi reafirmado como um consenso.

“As Américas terão um papel preponderante no desenvolvimento dos biocombustíveis, devido à grande disponibilidade de matérias-primas, uma vez que são o principal continente agroexportador do mundo”, disse Torroba.

“As experiências da região recolhidas no âmbito do desenvolvimento de mercados e no estabelecimento de misturas alternativas de biocombustíveis serão importantes para compartilhar com outros países no caminho para a descarbonização, ao mesmo tempo em que se geram oportunidades de aumentar as receitas pela valorização dos subprodutos produzidos em conjunto com os biocombustíveis”, acrescentou.

Os peritos concordaram que a implementação dos biocombustíveis pode ser feita por meio da frota veicular atual, diferentemente da eletromobilidade ou do hidrogênio, o que implica menos investimentos para descarbonizar a mobilidade.

Além disso, destacaram que a região conta com uma ampla produção de matérias-primas, especialmente de origem agropecuária, utilizadas para a criação de biocombustíveis, as quais se sobressaem também por fazer parte de encadeamentos sustentáveis.

Diante da necessidade de mitigar os efeitos provocados pela crise climática e cumprir os compromissos ambientais, como o Acordo de Paris, está ocorrendo um aumento no consumo dos biocombustíveis em substituição aos combustíveis derivados do petróleo, nesse sentido, estão liderando a transição energética, pois, em 2020, o bioetanol substituiu 5,2% da gasolina no âmbito mundial, enquanto o biodiesel substituiu 3,5% do diesel fóssil.

O aumento no consumo dos biocombustíveis está sendo impulsionado principalmente pelo estabelecimento de mercados, graças a normativas públicas que promovem o emprego de misturas obrigatórias de biocombustíveis com combustíveis fósseis. De acordo com o Atlas dos Biocombustíveis Líquidos 2020-2021, publicado pelo IICA, existem mais de 60 países com esse tipo de normativas.

Também foi destacada a importância de se contar com estruturas normativas previsíveis e estáveis que assegurem dispor de energia limpa, econômica e abundante, na forma de biocombustíveis.

Embora atualmente o desenvolvimento dos biocombustíveis esteja se massificando na mobilidade terrestre e se prevê que continuará a crescer nos próximos 20 anos, também se espera que no médio e no longo prazo os biocombustíveis se consolidem no setores aéreo e marítimo, cumprindo um papel fundamental na descarbonização do setor de transporte.

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