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Políticas públicas agrícolas devem ser pro-natureza, pro-agricultores e pro-inovação, e devem considerar uma visão de longo prazo, assegura Diretor Geral do IICA em Buenos Aires no Congresso da AAPRESID

Manuel Otero, Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)
Manuel Otero, Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)

 

Buenos Aires, 12 de agosto de 2024 (IICA) - O Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, considerou que a agricultura teve progressos enormes nos últimos 60 anos para alimentar uma população cada vez maior com um menor uso de recursos naturais e antecipou que continuará melhorando no futuro tanto em termos de produtividade como no seu impacto ambiental. 

Otero falou em Buenos Aires ante um público massivo de produtores, representantes de empresas agropecuárias que apostam na inovação tecnológica, acadêmicos e funcionários, no contexto do Congresso da Associação Argentina de Produtores de Semeadura Direta (AAPRESID). 

O IICA projetou, junto à AAPRESID, uma seção especial do congresso, em que referentes internacionais debatem sobre o futuro dos sistemas agroalimentares das Américas.

O Instituto tem uma aliança estratégica com a AAPRESID, uma rede de produtores que há mais de 30 anos impulsiona sistemas de produção sustentáveis de alimentos, fibras e energia no campo argentino.

“A agricultura terá que assumir grandes desafios daqui em adiante. Não se trata só de garantir a segurança alimentar com uma população crescente. Também deverá encarar a crise climática, que propõe não só a responsabilidade de contribuir para a mitigação, mas também de se adaptar ao seu impacto.  Também terá que aportar alimentos mais nutritivos, colaborar com a transição energética e ajudar a devolver a vida aos territórios rurais”, disse Otero.

Desafios de magnitude

O Diretor Geral do IICA sinalizou que, de todas as formas, não é a primeira vez que a agricultura deve enfrentar desafios de grande magnitude, porque já ocorreu em outras ocasiões, como a Grande Depressão de 1930, a Segunda Guerra Mundial ou a recente pandemia de COVID-19.

Nesse aspecto, Otero destacou que a narrativa que prevaleça sobre a atividade importa: “Não podemos ir dizendo que a agricultura é causante de todos os problemas e que temos sistemas agroalimentares falidos.  Hoje a agricultura está muito melhor do que estava há 60 anos e vai estar ainda melhor no futuro”.

Por esse motivo, enviou uma mensagem positiva e encorajou a “deixar de nos preparar para o futuro que esperamos ter e começar a criar o futuro que queremos ter. Os próximos 25 anos serão decisivos e mais importantes que os 10.000 anos que vieram antes. Temos nas nossas mãos o futuro da agricultura. Precisamos projetar políticas públicas que favoreçam a natureza, os agricultores e a inovação e que contemplem uma visão de longo prazo”.

Otero mencionou a fortaleza e importância da aliança estratégica do IICA com redes de produtores que apostam na sustentabilidade e na inovação como a AAPRESID e justificou: “Esta viagem não a podemos fazer sozinhos. Temos que unir forças. Do IICA impulsionamos uma aliança continental para a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável, que é uma aliança com o olhar do mundo, impulsionando iniciativas e ações coletivas que unem esforços de governos, setor privado, setor acadêmico e organismos de cooperação”.

O Diretor Geral do IICA terminou com uma frase do cientista Norman Borlaug, considerado o pai da Revolução Verde que triplicou a produção de alimentos nos anos 60: “Não será possível construir um mundo pacífico sobre estômagos vazios e miséria humana”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int