Principais referências do agronegócio no Brasil e Diretor Geral do IICA debateram em São Paulo os desafios da agricultura, a urgência climática e os vínculos entre comércio, negociações ambientais e G20
São Paulo, 16 de abril de 2024 (IICA) — Vinte representantes do poderoso setor agropecuário do Brasil e o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, debateram em São Paulo os principais desafios da agricultura para a década climática 2025/2035 e a presença da atividade agrícola e pecuária nas agendas do G20 — cuja presidência este ano é exercita pelo Governo brasileiro — e as COP, as cúpulas da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC).
O debate, organizado pelo IICA e o Centro Global Agroambiental da Fundação Dom Cabral (FDC), foi coordenado pela Assessora Especial da Direção Geral e sherpa do IICA nas COP29 e COP30, a ex-Ministra de Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, e Marcello Brito, Coordenador do Centro da FDC e Diretor Executivo do Consórcio Amazônia Legal.
O Consórcio é composto pelos nove estados amazônicos brasileiros que tem como missão acelerar o desenvolvimento sustentável da Amazônia de forma integrada e cooperativa.
Participaram também, além de presidentes e diretores executivos das principais empresas dos setores agropecuário e financeiro do Brasil, o Embaixador André Aranha Corrêa do Lago, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente da chancelaria brasileira; Renata Miranda, Secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura; o ex-Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues; o respeitado pesquisador Eduardo Assad; e Marcos Jank, Professor Sênior de Agronegócios do INSPER, uma das principais escolas de negócios do país, onde também coordena o centro “Insper Agro Global”.
Pelo IICA, além do Diretor Geral Otero, participaram o Assessor Especial Jorge Werthein e os representantes do organismo na Argentina e no Brasil, Fernando Camargo e Gabriel Delgado.
No encontro, no qual se reafirmou o caráter estratégico da atividade agropecuária, especialmente na América Latina e no Caribe, a sua interação com os sistemas de ciência, tecnologia e inovação e sua potência produtiva e inclusiva, foram revisados temas como a agenda climática global, o financiamento da ação climática, as prioridades da pesquisa em agricultura, a situação da atividade agrícola e pecuária na Amazônia, as infraestruturas na região e a necessidade de “organizar” uma convergência entre as agendas das COP, os BRICS e o G20, dando ênfase ao vínculo entre comércio e segurança alimentar.
Também se destacaram as oportunidades existentes no comércio agropecuário da região com a Ásia e a necessidade de discutir a relação entre comércio, segurança alimentar e clima no G20.
O diálogo reconheceu uma conjuntura marcada por uma situação geopolítica fragmentada, uma debilidade no âmbito das políticas públicas e do multilateralismo, um crescente protecionismo ambiental e a reinstalação de uma agenda que parecia concluída na década de 1990.
Outros aspectos do diálogo, que se estendeu por aproximadamente três horas, orbitaram o posicionamento do setor agrícola em sua relação com a segurança alimentar, climática e energética, em um âmbito daquilo que se denominou como uma “urgência climática”, e que envolve também uma importante dimensão social relacionada ao combate à fome e à pobreza.
A COP30 como a “COP da natureza” em contraposição a “COP da selva”, a rastreabilidade, os recursos naturais e a integração da agricultura familiar a essa agenda foram outros dos aspectos abordados.
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