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Produtores argentinos apostam em cuidar da saúde do solo para fazer uma agricultura sustentável

Roggero destacó que, junto con la no labranza, otras buenas prácticas que aplican los productores de AAPRESID incluyen hacer foco en un aporte balanceado de nutrientes a la tierra y un uso responsable de productos fitosanitarios, tanto en la producción agrícola como ganadera.
Roggero destacou que, juntamente com a ausência de lavoura, outras boas práticas aplicadas pelos produtores da AAPRESID incluem focar em um aporte equilibrado de nutrientes para a terra e o uso responsável de produtos fitossanitários, tanto na produção agrícola como na pecuária.

Brasília, 30 de junho de 2021 (IICA). Preocupados em preservar a saúde dos solos, que consideram o seu principal recurso, há 30 anos um grupo de produtores agrícolas argentinos se associou para promover práticas sustentáveis e desenvolveu um novo paradigma baseado na semeadura direta, hoje replicado e observado atentamente em outros países da região e do mundo.

Assim nasceu a Associação Argentina de Produtores de Semeadura Direta (AAPRESID), cujo Presidente, David “Bachi” Roggero, explicou alguns segredos do modelo de sustentabilidade econômica, social e ambiental promovido pela entidade em uma entrevista para o AgroAmérica, programa de TV transmitido pelo canal de TV brasileiro Agro Mais.

“Promovemos a produção sustentável de fibras, alimentos e energias não só para a Argentina, mas para o mundo, com o apoio da ciência, o trabalho em rede e o foco na inovação”, disse Roggero.

A não aplicação de lavoura foi o ponto de partida desse grupo de produtores. O dirigente agropecuário explicou: “Há mais de 5.000 anos, a lavoura é adotada como o único caminho para a produção, mas há 30 anos começamos essa nova história, pensando no cuidado do solo. Essa foi a primeira novidade, e agora estamos imersos em uma nova mudança de paradigma, que consiste na intensificação do rodízio de cultivos, ou no que chamamos de agricultura sempre verde. Procuramos ter cultivos vivos e verdes na superfície, de acordo com a condição agroclimática de cada lugar”.

Roggero destacou que, juntamente com a ausência de lavoura, outras boas práticas aplicadas pelos produtores da AAPRESID incluem focar em um aporte equilibrado de nutrientes para a terra e o uso responsável de produtos fitossanitários, tanto na produção agrícola como na pecuária.

“A ciência — afirmou — tem demonstrado que o rodízio de cultivos possibilita uma melhor saúde do solo do que a monocultura. O solo é um organismo vivo que podemos comparar com um ser humano, já que precisa de uma dieta equilibrada e diversificada. Por isso dizemos que o sistema de semeadura direta não é só não lavrar a terra”.

Roggero também destacou o papel, na sustentabilidade ambiental, do que chamou de “cultivos de serviços ecossistêmicos”, úteis para manter a cobertura do solo com um manto de vegetais nos períodos entre as principais colheitas, reter nutrientes e captar dióxido de carbono livre do ar. “O caminho para salvar o planeta é voltar a capturar o carbono que temos na atmosfera por meio de cultivos vivos”, disse.

Além disso, destacou o trabalho conjunto da AAPRESID com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), pelo programa “Solos vivos das Américas”, lançado em dezembro de 2020 juntamente com o cientista Rattan Lal, da Universidade do Estado de Ohio, com o objetivo de articular esforços públicos e privados no combate à degradação dos solos, fenômeno que ameaça solapar a capacidade dos países para atender, de maneira sustentável, a demanda de alimentos.

“Poderíamos dizer que essa iniciativa do IICA — afirmou — fala o mesmo idioma da agricultura sempre verde promovida pela AAPRESID. O solo é um ser vivo que deve ser alimentado e cuidado. Isso não é o mesmo que não fazer nada. Somos muito próximos do IICA e muito gratos por esse intercâmbio”.

Roggero colocou em primeiro plano as virtudes dos produtores agrícolas argentinos, que são atores fundamentais no desenvolvimento econômico e social do país: “O produtor agropecuário argentino é inovador ou inquieto. Estamos acostumados a trabalhar com regras que mudam muito rápido e temos que nos adaptar de imediato para não ficar de fora do sistema. Isso faz com que sejamos rápidos na tomada de decisões”.
 
Finalmente, mencionou os debates que são hoje propostos pelo mundo quanto à agricultura e os questionamentos que recebe por seu papel na sustentabilidade ambiental do planeta: “A globalização traz coisas positivas, mas também questões colaterais não muito boas, posto que muitas pessoas fazem eco a informações sem bases científicas. Essa é uma preocupação e um desafio que temos pela frente. Estamos convencidos de que nós, integrantes da AAPRESID, realizamos uma produção agroecológica, no sentido de que combinamos agronomia com ecologia. Tentamos produzir alimentos saudáveis em quantidade suficiente para uma demanda cada vez maior, mas gerando o menor prejuízo possível ao entorno natural. Não acreditamos que o homem possa realizar atividades produtivas que não tenham um efeito colateral. Sempre que fazemos alguma coisa, há um impacto, mas esse impacto pode ser maior ou menor. Nós produzimos alimentos e também cuidamos do ambiente”.

Agro América é um programa do canal brasileiro de TV Agro Mais, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, e fruto de uma parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). A transmissão apresenta a atualidade do setor agropecuário e da ruralidade nos países membros do IICA, com o objetivo de promover o intercâmbio de experiências e uma discussão sobre os desafios e as oportunidades da América Latina e do Caribe na área de desenvolvimento agropecuário e rural.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int