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Projeto AGRO-INNOVA da UE e do IICA promove rede entre centros de pesquisa e produtores para fortalecer a sua resiliência à mudança do clima

Agroinnova
Iniciativa do bloco europeu e do Instituto busca melhorar a resiliência climática e a segurança alimentar de pelo menos 3 000 pequenos produtores de grãos básicos do Corredor Seco Centro-Americano.

São José, 5 de maio, 2022 (IICA). – O projeto Sistemas Agroflorestais Adaptados para o Corredor Seco Centro-Americano (AGRO-INNOVA), da União Europeia (UE) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), promove a criação de uma rede entre instituições públicas e privadas e organizações de produtores para facilitar a inovação e a transferência tecnológica para pequenos produtores dessa região, uma das zonas mais vulneráveis do planeta à mudança do clima.

A proposta de criação da Rede Técnica Regional Agroflorestal deu os seus primeiros passos em um seminário que convocou 44 técnicos e pesquisadores dos parceiros nacionais públicos e privados do projeto implementado em Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá, organizado pela UE e pelo IICA, com o apoio do Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (CATIE).

A rede será integrada pelos institutos nacionais de tecnologia agropecuária dessas nações, pelos institutos do café, pelos centros acadêmicos de pesquisa e por organizações do setor produtivo.

O seu papel inicial será estabelecer colaborações e sinergias para o compartilhamento de experiências em tecnologias agropecuárias, florestais e digitais, bem como de boas práticas nas experiências bem-sucedidas fundamentadas em pesquisa e transferência tecnológica de sistemas agroflorestais multiestratos (que combinam o plantio de árvores ou forragens com a produção de alimentos) com capacidade de ser aplicadas e adaptadas em diferentes zonas do Corredor Seco Centro-Americano para se enfrentar os desafios impostos pela mudança do clima.

“Poder dispor-se de uma rede de colaboradores, de trabalho em equipe, de instituições fortes como os institutos do café, pesquisa e desenvolvimento e de organizações de produtores é fundamental para a obtenção de resultados e a geração de impacto sobretudo na pequena agricultura”, disse o Chefe de Gabinete do IICA e Representante do Instituto na Costa Rica, Miguel Arvelo.

O Chefe de Cooperação da UE, Alberto Menghini, apoiou esse primeiro passo para a constituição da rede, parte dos esforços regionais para solucionar os desafios climáticos na agricultura e “a situação de insegurança alimentar e nutricional em que estão quase 6 milhões de pessoas na América Central”, bem como para melhorar os meios de vida nas zonas rurais.

“A tecnologia nos põe nas mãos instrumentos como a observação por satélite, a agricultura de precisão e as biotecnologias que nos permitem reinterpretar essa ciência antiga como o agroflorestamento e pô-la a serviço desses desafios imediatos”, afirmou Menghini.

O projeto AGRO-INNOVA prioriza entre os seus objetivos a melhoria da resiliência climática e da segurança alimentar de pelo menos 3.000 pequenos produtores de grãos básicos do Corredor Seco Centro-Americano, uma das zonas do mundo mais açoitada por fenômenos climáticos extremos, por meio da gestão de conhecimento, formação de capacidades e parcerias estratégicas baseadas em tecnologias agropecuárias, florestais e digitais.

O projeto, presente em 15 territórios do Corredor Seco Centro-Americano, integrados por 34 localidades ou municípios, tem intervindo em quase 750 hectares de propriedades rurais de micro e pequenos produtores, oferecido assistência técnica direta a mais de 1.600, estabelecido 103 lotes demonstrativos no total de 78,26 hectares e realizado atividades de formação de capacidades com a participação de 1.462 produtores.

Tudo isso se alcançou com o apoio de alianças estratégicas com 31 parceiros, entre instituições, atores privados e organizações de produtores líderes na região, bem como a com assistência técnica do CATIE.

“Em sistemas agroflorestais há muitas lições aprendidas. Vemos a documentação e a sistematização das experiências dos países de um dos sistemas mais resilientes como o eixo principal para a otimização da produção e dos benefícios, o que inclui a mitigação e adaptação à mudança do clima e abordagem do problema da conservação na biodiversidade”, observou no evento o Diretor Geral do CATIE, Muhammade Ibrahim.

En el taller de AGRO-INNOVA se compartieron ocho experiencias de gestión de sistemas agroforestales multiestratos a nivel nacional que se llevan a cabo de manera conjunta con el proyecto,
No seminário do AGRO-INNOVA, foram compartilhadas oito experiências nacionais de gestão de sistemas agroflorestais multiestratos realizadas com o projeto.

Apresentação de experiências bem-sucedidas

No seminário do AGRO-INNOVA, foram compartilhadas oito experiências nacionais de gestão de sistemas agroflorestais multiestratos realizadas com o projeto, que abrangem ações como a melhoria de sementes, sistemas de irrigação, produção de bioinsumos, conservação e gestão de solos, aplicação de soluções de agricultura digital, e o uso de árvores adaptados às condições climáticas da região, que proporcionam um conjunto de benefícios aos produtores e ao meio ambiente.

O Instituto do Café da Costa Rica apresentou ações de adaptação e mitigação para a produção sustentável do cultivo em modelos de sistemas agroflorestais multiestratos; o Centro Nacional de Tecnologia Agropecuária e Florestal de El Salvador falou das ações em transferência e extensão rural para a promoção de modelos nesse sistema em pequenos produtores do Corredor Seco Centro-Americano; e a Associação Nacional do Café da Guatemala apresentou o seu Centro Rural de Capacitação em Café para o treinamento de produtores.

O Instituto Hondurenho do Café mostrou ações de transferência tecnológica em sistemas agroflorestais multiestratos para pequenos produtores do grão e a Direção de Ciência e Tecnologia Agropecuária abordou os pastos e os grãos básicos, enquanto o Instituto Nicaraguense de Tecnologia Agropecuária compartilhou os seus projetos em tecnologias validadas em grãos básicos, raízes e tubérculos adaptados às condições do Corredor Seco Centro-Americano.

Por último, o Instituto de Inovação Agropecuária do Panamá apresentou a sua experiência de gestão na vitrina de divulgação de tecnologias em sistemas agrossilvipastoris.

“A grande oportunidade que nos é oferecida com o AGRO-INNOVA é pensar em todas as coisas que podemos fazer, aplicar a gestão de conhecimento que envolve compromisso, trabalho colaborativo para se alcançar um objetivo comum e fazê-lo da melhor maneira, abordar experiências, gerar conteúdos e ações concretas que marquem a diferença no campo”, concluiu a diretora Executiva do Instituto do Café da Costa Rica, Xinia Cháves.

 

Mais informações:

Pedro Avendaño Soto, Coordenador da Unidade Executora Regional AGRO-INNOVA. 

pedro.avendano@iica.int.