A tecnologia digital fornece ferramentas para antecipar e mitigar os efeitos das secas na agricultura, segundo pesquisa apresentada pelo IICA
São José, 17 de maio de 2024 (IICA). A tecnologia digital fornece ferramentas de grande utilidade para o diagnóstico e a mitigação dos impactos das secas, revelou uma pesquisa apresentada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), no contexto da preparação para a terceira edição da Semana da Agricultura Digital (SAD) 2024, que ocorrerá próximo setembro.
O documento oferece uma amostra não exaustiva de alguns recursos digitais produzidos por entidades públicas e privadas na América Latina e no Caribe, que ajudam a prever e enfrentar crises hídricas que são cada vez mais frequentes e severas por causa da mudança climática.
A SAD 2024, cujo lançamento oficial ocorreu por meio de uma série de webinars que anteciparam as temáticas que serão tratadas, convocará agtechs, fundos de investimento, grandes empresas, organizações de agricultores, institutos de pesquisa, ministérios e organismos públicos e multilaterais para debater sobre a digitalização agroalimentar e favorecer a colaboração. É uma iniciativa liderada pelo IICA desde 2022, que este ano será novamente organizada com parceiros estratégicos do Instituto como CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, CEPAL e CIMMYT.
A candidatura para as agtechs dos países das Américas com soluções digitais já disponíveis para o uso está aberta até 1o de julho e o formulário pode ser baixado no site www.semanaad.iica.int. Quinze agtechs serão escolhidas para viajar até São José, Costa Rica entre 23 e 27 de setembro, com todas as despesas pagas, enquanto as que não sejam selecionadas para viajar poderão participar de forma virtual, e formar parte da Rede de Agtechs das Américas do IICA.
Durante o webinar se debateu o papel que as tecnologias podem ter para antecipar e mitigar os efeitos das secas e aumentar a resiliência.
“Cada vez que há uma seca milhares ou milhões de produtores agropecuários e todas as sociedades são afetados, porque reduz a produção e a disponibilidade de alimentos. Há inúmeros exemplos na história do impacto dramático das secas. Hoje a mudança climática nos obriga a viver tanto secas como enchentes mais frequentes e extremas. A boa notícia é que os países das Américas têm cada vez mais ferramentas para que essas circunstâncias tenham cada vez menor impacto”, disse Federico Bert, Gerente do Programa de Digitalização Agroalimentar do IICA.
Um dos autores da pesquisa, o acadêmico Guillermo Podestá, sinalizou que existem três pilares que podem oferecer as tecnologias digitais com relação às secas: monitoramento, previsão e alerta antecipada; caracterização e gerenciamento de risco e impacto; planejamento, preparação e resposta.
“A natureza complexa das secas dificulta o seu gerenciamento. Porém há uma crescente disponibilidade de recursos, tanto públicos como privados, para o monitoramento e gerenciamento dessa ameaça. A maioria deles não existia há 10 ou 15 anos”, disse Podestá.
“De todas as formas, advertiu, a tecnologia é necessária, mas não suficiente; são necessários abordagens proativas e não reativas por parte dos governos”.
Também participaram do webinar os agricultores chilenos Macarena Valdés e Marco Aceituno, fundadores e donos da Granja La Pachamama, que prosperou na produção de alimentos no meio de uma forte seca que tem castigado o país nos últimos anos e concretizou a premissa de produzir mais com menos. Ambos foram reconhecidos como “Líderes da Ruralidade" das Américas pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), devido as suas contribuições para a segurança alimentar e sustentabilidade ambiental do continente e do planeta.
“Por uma questão de sobrevivência, começamos a aplicar técnicas para melhorar a qualidade dos solos e regenerá-lo. E assim conseguimos várias produções que foram se complementando e geramos uma economia circular”, contaram.
Macarena e Marco contaram que começaram com o uso de forragem verde hidropônica para alimentar o gado e logo começaram a usá-la também como cobertura vegetal para o solo.
O casal de agricultores explicou que o ano passado choveram só 50 milímetros na região central de Valparaíso, onde vivem e produzem, porém eles conseguiram se adaptar à situação: “Recuperamos água de chuva graças aos tetos e armazenamos em cisternas, para ter irrigação durante todo o ano para os nossas 300 árvores frutíferas”.
O documento A seca na agricultura: recursos disponíveis para diagnosticar sua ocorrência e reduzir seus impactos na América Latina e no Caribe está disponível em: https://repositorio.iica.int/handle/11324/22502
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