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Tecnologias digitais posicionam a agricultura no começo de uma nova transformação para uma maior produtividade e resiliência, asseguram em Congresso da AAPRESID

 

Primera
Federico Bert, Gerente do Programa de Digitalização Agroalimentar do IICA; Stephanie Regagnon, Diretora Executiva de Associações de Inovação do Danforth Center de Saint Louis, Estados Unidos; Mark Jarman, do Agritech Center do Reino Unido; e Alejandro O’Donnell, sócio da AAPRESID e moderador da sessão. Também participaram Daniel Werner, Chefe de Relações Exteriores e Cooperação Internacional do Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar de Israel e Laurens Klerkx, Professor de Inovação Agroalimentar da Universidade de Talca, Chile.

 

Buenos Aires, 12 de agosto de 2024 (IICA) - A agricultura está no auge de um novo processo de transformação, como outros que passou ao longo da sua história, que neste caso consiste na incorporação de tecnologias digitais que a tornarão cada vez mais produtiva e resiliente ante os desafios do impacto da mudança climática e a necessidade de aumentar a produtividade.

Debateram sobre esse assunto em Buenos Aires especialistas em agricultura digital, durante o massivo Congresso da Associação Argentina de Produtores de Semeadura Direta (AAPRESID), rede que é referência de produção sustentável e incorporação de novas tecnologias ao agro no seu país e na região.

O painel sobre inovação digital e digitalização da agricultura do congresso foi um dos quatro organizados em conjunto pela AAPRESID e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), como parta de uma seção especial dedicada às perspectivas futuras e oportunidades que oferecem ao produtor os sistemas agroalimentares das Américas.

O IICA tem uma aliança estratégica com a AAPRESID, cujo objetivo é favorecer a disseminação de boas práticas e a transferência de tecnologias que aumentem a produtividade e a sustentabilidade da agricultura na região.

Ante um auditório composto por dezenas de produtores agropecuários e empreendedores de start-ups agro-tecnológicas, os expositores explicaram o papel das tecnologias digitais e ecossistemas agtechs como impulsionadores críticos da transformação dos sistemas agroalimentares.

Assim, detalharam experiências e casos de sucesso na conformação de ecossistemas de inovação e desenvolvimento de tecnologias para o agro em três países: Israel, Reino Unido e Estados Unidos.

Participaram Daniel Werner, Chefe de Relações Exteriores e Cooperação Internacional do Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar de Israel; Stephanie Regagnon, do Danforth Center de Saint Louis, nos Estados Unidos; Mark Jarman, do Agritech Center do Reino Unido; e Laurens Klerkx, Professor de Inovação Agroalimentar na Universidade de Talca, no Chile.

Federico Bert, Gerente do Programa de Digitalização Agroalimentar do IICA, contribuiu a visão do Instituto na conformação do ecossistema regional.  O moderador foi Alejo O’Donnell, da AAPRESID.

Regagnon contou sobre o trabalho do Danforth Center no estado de Missouri, nos Estados Unidos, em que trabalham 400 pessoas, e se referiu à importância da ação coletiva: “Precisamos de mais talento para continuar avançando. Nenhuma empresa ou instituição sozinha vai trazer a inovação necessária para enfrentar os desafios de garantir a segurança alimentar e nos adaptar à mudança climática. Temos que trabalhar juntos e aprender uns dos outros. O nosso primeiro trabalho é criar um ambiente colaborativo”.

Daniel Werner explicou diferentes aspectos do ecossistema agro-tecnológico israelense.  “Desde a fundação do estado de Israel a agricultura foi se desenvolvendo tentando superar a escassez de recursos existentes, já que o clima é árido ou semiárido em 60% do território.  Assim, foi realizada a transição de um país que exportava nos anos 60 laranjas e tomates para um que no Século XXI é líder em exportação de agro-tecnologias”, declarou.

Werner disse que o uso de tecnologias na agricultura é indispensável para que os países possam atingir seus compromissos de mitigação da mudança climática e, por esse lado, falou da chamada agricultura 4.0: “É um conjunto de tecnologias que se centra na digitalização dos processos agrícolas. Em Israel está baseada em três questões: agricultura de precisão, que significa colocar cada semente no lugar correto, com a irrigação e o fertilizante justo; agricultura digital, que consistem no desenvolvimento de sensores para a construção de dados; e sustentabilidade demonstrada”.

 

O papel da inovação

“Estamos convencidos de que a inovação tecnológica é o que nos trouxe até aqui. Graças a ela, os agricultores puderam nos últimos anos satisfazer as demandas de mais alimentos e de melhor qualidade”, disse Bert.

“De todas as formas, a inovação não surge espontaneamente e não temos que ficar sentados esperando, temos que sair atrás dela.  O que temos que fazer é gerar as condições para que a inovação flua e a agricultura melhore: que seja mais produtiva, mais eficiente e mais amigável com o meio-ambiente”, adicionou o especialista do IICA.

As tecnologias digitais são a ferramenta mais promissória e concreta para enfrentar os desafios que a agricultura tem por diante, segundo Bert, que considerou que, porém, apareceram na produção há 10 ou 15 anos, o processo ainda está nos primeiros passos.

“A transformação é inevitável e temos que acompanhá-la para que ocorra da melhor forma possível, evitando as externalidades negativas que todas as transformações têm”, considerou Bert.

Sinalizou também que a América Latina e o Caribe contam com uma grande oportunidade com a digitalização, pela diversidade da sua agricultura, que ainda tem uma margem grande para se modernizar.

 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.in