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A transformação dos sistemas alimentares deve partir do verdadeiro valor dos alimentos, não da "quebra" desses sistemas, indica estudo do IICA apresentado no Brasil

El estudio fue presentado en el Global Agribusiness Forum (GAF), que forma parte del Global Agribusiness Festival de São Paulo, el mayor evento mundial de agronegocios, organizado por Datagro, que reunió a cerca de 12.000 personas vinculadas al sector, además de gestores públicos y políticos. El economista y consultor del IICA Eugenio Díaz-Bonilla, uno de los autores del estudio, presentó el trabajo.   
O estudo foi apresentado no Global Agribusiness Forum (GAF), que faz parte do Global Agribusiness Festival de São Paulo, o maior evento mundial de agronegócios, organizado pela Datagro, que reuniu cerca de 12.000 pessoas do setor, além de gestores públicos e políticos. O economista e consultor do IICA Eugenio Díaz-Bonilla, um dos autores do estudo, apresentou o trabalho.

São Paulo, 3 de julho de 2024 (IICA) – Entre os desafios que pairam em tempos de crises alimentar, energética e climática, a transformação dos sistemas alimentares ganha cada vez mais urgência.

Mas como mudar um sistema intrincado e complexo que envolve cultivos e termina no consumidor, passando por processamento, transporte e distribuição, com implicações econômicas, sociais, culturais e para a saúde animal e humana?

Com o objetivo de reduzir a resistência às mudanças necessárias e gerar maior compromisso dos diversos setores e atores envolvidos no desafio, no documento “Sobre os sistemas alimentares ´falidos´ e outras narrativas” o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) propõe um enfoque que considera não apenas os custos, mas também os benefícios do funcionamento atual desses sistemas, e sugere mudar a narrativa de "sistemas falidos” por outra que reconheça “o verdadeiro valor dos alimentos".

Em termos gerais, isso significa trocar o argumento de que os custos ocultos do funcionamento atual dos sistemas – no tocante à saúde, à pobreza e ao meio ambiente – supera o valor monetário dos alimentos pela narrativa do "verdadeiro valor dos alimentos", esclarecendo cuidadosamente a natureza dos chamados custos ocultos estabelecendo-se se estes são consequências dos sistemas alimentares ou de falhas do mercado, questões pecuniárias, problemas de justiça e desigualdade, entre outras consequências com causas alheias aos sistemas alimentares.

O estudo foi apresentado no Global Agribusiness Forum (GAF), que faz parte do Global Agribusiness Festival de São Paulo, o maior evento mundial de agronegócios, organizado pela Datagro, que reuniu cerca de 12.000 pessoas do setor, além de gestores públicos e políticos.

O Coordenador para a Região Sul e Representante do IICA no Brasil, Gabriel Delgado, participou como conferencista do painel sobre Sustentabilidade na Agricultura. O economista e consultor do IICA Eugenio Díaz-Bonilla, um dos autores do estudo, apresentou o trabalho.

O documento analisa o rendimento global dos sistemas alimentares e sua eficiência na alimentação e enumera os diversos problemas nas distintas etapas. Os autores abordam os efeitos negativos dos sistemas alimentares no meio ambiente – como a emissão de gases poluentes, o desmatamento, a degradação do solo e a perda de biodiversidade – e insistem na necessidade de práticas agrícolas mais sustentáveis.

O documento aborda também as mudanças já adotados nos sistemas e padrões de consumo, impulsionados por fatores econômicos, tecnológicos e sociais. E destaca a importância de se adaptar esses sistemas às necessidades nutricionais e sanitárias da população.

Segundo a publicação, para melhorar os sistemas agroalimentares é necessário compreender seu funcionamento integral e desenhar políticas públicas baseadas em uma análise detalhado de seus custos e benefícios. Os autores destacam a importância da cooperação internacional e a participação de todos os atores envolvidos na melhoria sustentável dos sistemas e na adoção de políticas públicas baseadas em evidências científicas.

Os sistemas alimentares se transformaram em um foco importante dos esforços globais para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030. Por esse motivo, as Nações Unidas convocaram em 2021 a Cúpula de Sistemas Alimentares para analisar como funcionam os sistemas alimentares no mundo e começar a formulação de estratégias de mudança e adaptação. Na ocasião, o IICA organizou um documento com mensagens-chave dos Ministros da Agricultura e Pecuária das Américas.

Para o IICA, os produtores agrícolas devem estar devidamente representados nas discussões sobre mudança e adaptação, as decisões e políticas devem basear-se na ciência e a agricultura precisa ser vista como parte da solução aos desafios.

"É importante conhecer bem os sistemas, os incentivos e os fatores estruturais para elaborar regulamentações que ajudem os sistemas alimentares a produzir alimentos suficientes e diversos para todos, oferecendo produtos inócuos e nutritivos, produzidos com sustentabilidade social, econômica e ambiental", disse Eugenio Díaz-Bonilla.

"Transformar os sistemas alimentares é um grande desafio, mas estamos seguros de que é possível fazê-lo. E, para isso, a cooperação internacional é crucial e urgente", afirmou Gabriel Delgado.

Comitê de Comunicação do IICA

El coordinador para la región Sur y representante del IICA en Brasil, Gabriel Delgado; la productora agrícola brasileña y Líder de la Ruralidad de las Américas, Simone Silotti; y el Secretario de Comercio y Relaciones Internacionales del Ministerio de Agricultura, Ganadería y Abastecimiento de Brasil, Roberto Perosa.
O Coordenador para a Região Sul e Representante do IICA no Brasil, Gabriel Delgado; a produtora agrícola brasileira e Líder da Ruralidade das Américas, Simone Silotti; e o Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Roberto Perosa.

Em paralelo, o documento foi apresentado a membros do Comitê Assessor em Comunicação do IICA em um evento virtual, de que participaram Fernando Mattos, Ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Manuel Otero, Diretor Geral do Instituto, e dois de seus coautores, Eugenio Díaz-Bonilla e Rosario Campos.

Na apresentação, concluiu-se que o setor agropecuário das Américas deve aprofundar sua integração e sua busca de consensos, com vistas a apresentar de forma consistente e contínua posturas unificadas nos foros internacionais, destacando o papel indispensável do setor agrícola como avalista da segurança alimentar e como parte da solução da crise climática.

O Comitê é integrado por líderes de opinião com uma trajetória de grandes contribuições ao setor agroalimentar e por peritos em comunicação pública e institucional. O órgão foi lançado pelo IICA em 2020, com a finalidade de influir positivamente no reconhecimento público das cadeias agropecuárias.

Inicialmente foi constituído por dez membros de sete países, mas recentemente foi ampliado para ter a participação do setor privado e hoje conta com mais de 20 integrantes que representam um bom número de países e papéis na comunicação.

“O IICA vem fazendo, sob a liderança de Manuel Otero, um grande trabalho na comunicação para neutralizar relatos não baseados em ciência que sustentam que a agricultura é a causa da mudança do clima. Mas nos faz falta ainda um esforço maior dos países das América para atuarem como um bloco nos foros internacionais em que a agricultura é apontada com dedos acusadores”, disse Mattos, que também preside a Junta Interamericana de Agricultura (JIA), órgão superior de governo do IICA integrado pelos 34 Estados membros.

“Os países de nossa região vêm lutando isoladamente, por mais de 60 anos, contra o protecionismo, que constitui uma barreira ao comércio internacional de alimentos. Agora, devemos ter uma postura unificada acerca da norma da União Europeia sobre desmatamento, porque, embora seja uma medida soberana, contém um alto teor de hipocrisia, pois os europeus são grandes emissores de gases de efeito estufa e transferem a responsabilidade da mitigação para o resto do mundo”, acrescentou Mattos.

O ministro uruguaio sublinhou o enorme valor do documento apresentado na reunião e afirmou que “os sistemas alimentares não têm nada de falidos. Temos o enorme desafio de mostrar o esforço que nosso continente está fazendo em matéria de produção sustentável. As Américas são o sustentáculo da segurança alimentar de quase 8 bilhões de habitantes do planeta”.

“Estamos trabalhando em foros internacionais, de acordo com as instruções dos ministros da agricultura das Américas, que são nossos mandantes, para difundir nossa verdade quanto ao posicionamento dos sistemas alimentares e o papel que eles desempenham para o futuro da humanidade”, afirmou Otero.

O Diretor Geral do IICA destacou a tarefa que o IICA está realizando com sua participação no Grupo de Trabalho de Agricultura do G20, que reúne as maiores economias do mundo, bem como na preparação da mensagem do setor agropecuário do continente a ser levada às próximas Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP29 e COP30).

“As discussões ambientais globais não podem deixar a agricultura de lado. A agricultura é um setor-chave e é parte da solução”, enfatizou Otero.

Díaz-Bonilla e Campos enfatizaram que a região é pioneira em práticas sustentáveis, como os sistemas silvipastoris e a semeadura direta, e observaram que a agricultura do continente aumentou em tempos recentes sua produtividade graças à ciência e à inovação, sem utilizar mais terra.

“Os sistemas alimentares” – disseram – “não são falidos porque não subtraem valor. Embora haja ainda aspectos produtivos, econômicos, sociais e ambientais a serem melhorados, os sistemas alimentares devem ser fortalecidos, especialmente nas Américas, que é avalista da segurança alimentar mundial”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int