Vice-Secretária Geral da ONU: “Os investimentos nos sistemas agroalimentares incentivarão a recuperação econômica na pós-pandemia”
São José, 1 de setembro de 2021 (IICA). Os investimentos destinados a transformar os sistemas agroalimentares globais podem incentivar a recuperação econômica e social na pós-pandemia de Covid-19 e colocar a humanidade novamente no caminho para alcançar a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) nos próximos nove anos, assegurou a Vice-Secretária Geral da ONU, Amina J. Mohammed, em uma mensagem aos ministros de agricultura das Américas.
A afirmação foi feita na Conferência de Ministros da Agricultura das Américas, na qual também se reúne a Junta Interamericana de Agricultura (JIA), principal órgão de governo do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e cujo lema este ano é “Sistemas agroalimentares sustentáveis: Motor do desenvolvimento das Américas”.
“Não há uma solução única que sirva para todos os desafios propostos pelos sistemas alimentares. Mas em todos os contextos há oportunidades para inovar e para acelerar o caminho para o cumprimento da Agenda 2030”, disse Mohammed.
A diplomata se referiu aos preparativos para a Cúpula de Sistemas Alimentares das Nações Unidas, que será realizada em 23 de setembro, em Nova York. O continente americano será o único que participará desse encontro com uma postura convergente, definida por um documento de 16 mensagens que foi consensual entre os 34 Estados membros do IICA, com a coordenação do Instituto.
“Estamos nos preparativos finais para a Cúpula de Sistemas Alimentares sob uma pressão sem precedentes, devido à pandemia de Covid-19, que levou vidas e fontes de rendas e tem desfeito o progresso que havia sido realizado na Agenda 2030 e no cumprimento dos ODS”, disse Mohammed.
“No entanto, a Pré-Cúpula, realizada em Roma, em julho, demonstrou que os governos e outros atores estão prontos para trabalhar juntos por esse tema. Mais de 500 líderes se encontraram pessoalmente com mais de 2000 delegados de 191 países. Juntos, discutimos como podemos acelerar a ação sobre os sistemas alimentares, de maneira a alcançar benefícios para as pessoas, o planeta e a prosperidade”, acrescentou.
Mohammed definiu a próxima Cúpula como um exercício de “multilateralismo efetivo em ação” e considerou que é “um motivo para se ter esperança nessa crise de Covid-19”.
“Os investimentos transformadores de nossos sistemas alimentares — afirmou — podem incentivar a nossa recuperação na pós-pandemia e nos colocar novamente no caminho para alcançar os ODS nos próximos 9 anos”.
Em sua mensagem aos ministros das Américas, também revelou que mais de 1000 diálogos preparatórios para a Cúpula em 145 países demonstraram que as soluções e as ações transformadoras devem ser elaboradas conforme as realidades locais.
“A Cúpula será uma oportunidade para consolidar o enorme progresso que foi feito e definir o tom adequado para a década que temos adiante. Enquanto os países e as regiões definem seus caminhos, as pessoas serão essenciais para criar e manter um diálogo multissetorial e colaborativo”, sustentou.
Por fim, Mohammed destacou que “os pequenos produtores e os povos indígenas, em particular, devem ser valorizados e ouvidos. O olhar inclusivo complementará e ampliará a abordagem científica e as políticas e os processos baseados em evidências. Essa Conferência, que incluirá, entre outros, representantes da sociedade civil e da academia, consequentemente é uma importante contribuição para o nosso esforço comum”.
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