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Voz e visão da América Latina e do Caribe, amplificada pelo IICA, fazem-se presentes no primeiro encontro da Iniciativa Global sobre Bioeconomia do G20, presidido pelo Brasil

 

Principal
Gabriel Delgado, Representante do IICA no Brasil; Hugo Chavarría, Gerente de Inovação e Bioeconomia do IICA; e Cristina Costa, especialista em cooperação internacional do IICA.

 

Brasília, 16 de maio de 2024 (IICA) — Com a missão de fazer ouvir a voz e o ponto de vista dos países da América Latina e do Caribe e fortalecer as parcerias e a colaboração entre a região e as nações industrializadas, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) participou da primeira reunião da Iniciativa Global sobre Bioeconomia do G20 em Brasília.

O G20, ou Grupo dos Vinte — considerado o principal foro de cooperação internacional — reúne os países com as maiores economias do mundo para debater iniciativas políticas, econômicas e sociais. Os países das Américas membros do G20 são Argentina, Brasil, Canadá, Estados Unidos e México.

Em 2024, a presidência é exercida pelo Brasil, que incluiu a bioeconomia como um dos temas da agenda e criou um grupo de trabalho para o qual o IICA foi convidado, por ser referência do hemisfério ocidental na promoção da bioeconomia como motor do desenvolvimento sustentável. O IICA também fixou como uma de suas prioridades de trabalho para este ano a influência na agenda agropecuária do G20.

Conforme mencionado nos documentos oficiais, diferentemente de outros temas tradicionalmente discutidos nas linhas de trabalho do G20, a bioeconomia não contava com um foro internacional estabelecido para o debate. Mediante a Iniciativa Global sobre Bioeconomia do G20, espera-se que os países membros e que o IICA e outros organismos internacionais convidados discutam e cheguem a um acordo sobre os princípios diretores da bioeconomia para posteriormente construir agendas de trabalho conjuntas.

Embora não exista uma definição acordada multilateralmente, a bioeconomia pode ser entendida como um modelo de desenvolvimento baseado no conhecimento, abrangendo tanto novas tecnologias como tecnologias antigas e conhecimentos tradicionais, além de ser fundamental para a proteção ambiental.

O lançamento da Iniciativa pelo Brasil parte da mesma premissa sobre a qual o IICA vem desenvolvendo um intenso plano de trabalho há diversos anos: que a bioeconomia é um novo paradigma de desenvolvimento que promove o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, fomenta a inclusão social e a sustentabilidade ambiental.

Nessa linha, o diálogo e a construção coletiva no G20 orbitam em torno de três eixos temáticos: pesquisa, desenvolvimento e inovação para bioeconomia; uso sustentável da biodiversidade para bioeconomia; e a bioeconomia como facilitador do desenvolvimento sustentável.

 Os Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia que forem acordados por esse grupo de trabalho serão parte integrante da Declaração do Rio, que será adotada pelos Chefes de Estado do G20 no final do ano, ao término da presidência brasileira.

 

Defesa da biodiversidade e das comunidades tradicionais

A Delegação do IICA na primeira reunião — que se estendeu por três dias de trabalho — foi chefiada por Hugo Chavarría, Gerente de Inovação e Bioeconomia, que esteve acompanhado por Gabriel Delgado, Representante do IICA no Brasil, e Cristina Costa, especialista em cooperação internacional.

Também participaram altas autoridades de todos os países integrantes do G20, além de organismos internacionais como o PNUD, o BID, o Banco Mundial, o CAF, a FAO e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

O encontro foi aberto pelas ministras brasileiras Marina Silva, de Meio Ambiente e Mudança do Clima; Luciana Santos, de Ciência e Tecnologia e Informações; e Rosângela “Janja” Lula da Silva, socióloga e primeira-dama do Brasil, que ressaltaram o papel estratégico da bioeconomia para a defesa da biodiversidade e a inclusão dos conhecimentos das comunidades tradicionais nos setores econômicos.

As oradoras explicaram que a decisão brasileira de incluir a bioeconomia na agenda do G20 avança na elaboração de diretrizes para uma economia mais racional que leve em consideração todo o processo de produção e suas consequências para o ser humano e o meio ambiente.

Esse primeiro encontro ocorreu tendo por pano de fundo as devastadoras inundações no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, que colocaram novamente em primeiro plano a crise climática e a necessidade de fortalecer a bioeconomia como uma via para promover o desenvolvimento sustentável e enfrentar os efeitos extremos da deterioração ambiental.

 Chavarría destacou o potencial que a bioeconomia oferece para o fortalecimento e a transformação dos sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe, bem como o compromisso que diversos países da região assumiram para a promoção de estratégias, políticas e investimentos para a bioeconomia e suas vias.

 

Segunda
Hugo Chavarría destacou o potencial que a bioeconomia oferece para o fortalecimento e a transformação dos sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe, bem como o compromisso que diversos países da região assumiram para a promoção de estratégias, políticas e investimentos para a bioeconomia.

“Com certeza, a bioeconomia é um processo em andamento no nosso continente. Isso se evidencia não só nas políticas e normativas que os países têm promovido, mas também nos desenvolvimentos científicos e produtivos que vemos em temas como aplicações biotecnológicas na agricultura, biocombustíveis, bioinsumos, biorrefinarias ou serviços ecossistêmicos”, afirmou o especialista do IICA.

“No entanto, e embora tenhamos avançado, devemos pisar no acelerador. Os desafios e obstáculos que temos pela frente são grandes e devemos obrigatoriamente trabalhar juntos e em sinergia”, advertiu.

Em suas intervenções, o IICA também destacou o trabalho conjunto que a região está fazendo, por meio da Rede Latino-Americana de Bioeconomia, da qual participam mais de 50 instituições internacionais, regionais e nacionais de diferentes países.

“No IICA, colocamos à disposição do G20 essa plataforma para trabalhar juntos em termos de abordagens, políticas, métricas, ciência e tecnologia para a bioeconomia”, destacou Chavarría.

O Gerente de Inovação e Bioeconomia do IICA chamou a atenção para a existência de outros espaços regionais onde se compartilham visões, enfoques e princípios sobre bioeconomia. Em escala global, o International Advisory Council on Global Bioeconomy empenhou esforços significativos para direcionar a discussão, por isso é importante que a Iniciativa Global sobre Bioeconomia do G20 elabore em conjunto com esses espaços e a partir dessas agendas.

A discussão da Iniciativa Global sobre Bioeconomia do G20 continuará nas próximas reuniões, que acontecerão nas cidades de Manaus, em junho, e do Rio de Janeiro, em setembro.

O Programa de Inovação e Bioeconomia do IICA apoia os países das Américas na conscientização e no fortalecimento de capacidades para o aproveitamento de capacidades; na formulação e implementação de políticas, estratégias e normativas para a bioeconomia e seus caminhos; na promoção de inovações e empreendimentos em bioeconomia; e no posicionamento da região nos principais espaços da bioeconomia mundial.

 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int