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“O nível de integração que os ministros do Conselho Agropecuário do Sul (CAS) alcançaram marca um feito histórico para os nossos países”, disse Fernando Mattos, ao realizar um balanço de sua experiência como Presidente Pro Tempore

El ministro de Ganadería, Agricultura y Pesca de Uruguay, Fernando Mattos, consideró que el CAS tiene un valor que se pone de relieve porque logra coordinar posiciones en agricultura de países que en otros temas tienen diferencias significativas.
O Ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, considerou que o CAS tem um valor que se destaca porque consegue coordenar posições em agricultura de países que têm diferenças significativas em outros temas.

Montevidéu, 29 de agosto de 2024 (IICA) — Os ministérios de agricultura dos países que integram o Conselho Agropecuário do Sul (CAS) conseguiram recentemente um sólido nível de integração que representa um marco histórico e que está destinado a se aprofundar devido à agenda internacional que se aproxima para o setor agroalimentar.
 
Assim considerou o Ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, ao realizar um balanço de sua atuação como Presidente Pro Tempore do CAS, que culminou este ano com importantes realizações.
 
Mattos observou que a presidência brasileira do G20 em 2024 e a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) em 2025 em Belém do Pará já estão colocando a atividade agropecuária no centro da agenda internacional, que habitualmente não está nas discussões de mais alto nível político.
 
“A agenda do CAS tem grandes desafios em temas como sanidade vegetal e animal e, certamente, em biotecnologia, que é a resposta para poder dar um salto produtivo. Uma maior e melhor produção com uma menor pressão sobre os recursos naturais pode ser alcançada somente por meio da inovação biotecnológica, que é absolutamente necessária; para isso servem os convênios que assinamos em nossa presidência pro tempore do CAS”, disse Mattos.
 
O CAS é o foro ministerial de consulta e coordenação de ações regionais, integrado pelos ministros de agricultura da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Seu objetivo fundamental é definir as prioridades da agenda agropecuária e adotar posições sobre temas de interesse regional. Sua secretaria técnica é exercida pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
 
O ministro uruguaio considerou que o CAS tem um valor que se destaca porque consegue coordenar posições em agricultura de países que têm diferenças significativas em outros temas: “Às vezes temos alguns ruídos no relacionamento de nossos países, mas o que fazemos é política agropecuária, e devemos focar nisso e colocar de lado as diferenças. Sempre buscamos soluções por meio da coordenação, assim como promovemos a harmonização das normativas dos diversos países, o que é muito importante para incentivar o investimento e favorecer o comércio internacional, hoje bastante distorcido”.
 
Mattos qualificou o CAS como um âmbito de confiança valioso compartilhado pelas áreas de agricultura, que inclui não apenas os ministros, mas também uma grande equipe técnica que trabalha e interage nas diversas especialidades e que é um enorme e fundamental suporte para que a rede ministerial tenha êxito.
 
A agricultura, uma promessa de paz
 
“Se não há segurança alimentar, não há estabilidade política, nem econômica, nem social. Por isso dizemos que a agricultura é essencial para a paz mundial e que devemos cuidar da produção, muito desafiada pelos efeitos da mudança do clima”, afirmou Mattos.
 
Nesse sentido, valorizou o esforço do CAS para colocar na agenda a realidade de que a mudança do clima não é gerada nas zonas rurais pela atividade agropecuária, mas nos centros urbanos dos países desenvolvidos, que têm se comprometido a reparar ou apoiar os países em desenvolvimento para enfrentar os fenômenos climáticos extremos com ajudas que nunca chegaram, apesar dos compromissos internacionais assumidos.
 
“É necessário continuar trabalhando, pois existe uma forte necessidade de adaptação de nossos países. Vemos uma vulnerabilidade crescente dos sistemas produtivos, e a variabilidade climática nos expõe cada vez mais. Isso ficou demonstrado pelos fenômenos extremos, como os incêndios no Chile, as secas na Argentina, Uruguai e Paraguai e as recentes inundações no estado brasileiro do Rio Grande do Sul”, disse Mattos, que preside a Junta Interamericana de Agricultura (JIA), órgão de governo máximo do IICA.
 
O ministro uruguaio explicou que o impacto da mudança do clima está afetando a infraestrutura dos países que integram o CAS e demanda sistemas de financiamento extraordinário para enfrentar os danos. “A mudança do clima certamente se agravará, com fenômenos mais extremos e frequentes, de modo que precisamos ter outro tipo de capacidade”, afirmou.
 
“Devemos pensar — acrescentou — em constituir fundos de catástrofe para o futuro. É fundamental que tenhamos fundos para responder adequadamente aos danos, pois hoje o que fazemos é desviar recursos dos orçamentos nacionais que estão destinados a outros itens, como educação, segurança pública ou saúde. Evidentemente, para poder atender os setores produtivos de nosso país, que têm um enorme peso relativo, devem ser criados sistemas de gestão de recursos e sistemas de seguros mais desenvolvidos. O tema é grave, pois os pequenos produtores são os mais expostos ao risco climático por uma questão de escala e de acesso às tecnologias”.
 
Grupos de trabalho
 
O CAS dispõe de uma rede de grupos regionais de apoio técnico que sustentam e colocam em prática as decisões ministeriais.
 
Os seis grupos de trabalho tiveram uma grande atividade na presidência de Mattos, assim como o Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul (COSAVE) e a Comissão Veterinária Permanente do Cone Sul (CVP), que coordenam o trabalho regional em temas sanitários e fitossanitários e de sanidade animal.
 
“Durante a nossa presidência pro tempore, tanto o COSAVE como a CVP tiveram enormes desafios sanitários na vida animal e vegetal, como a gripe aviária e a peste suína. Assumimos os desafios direcionada para uma melhor coordenação e o intercâmbio técnico com os países da região”, disse o ministro.
 
O ministro destacou também a candidatura do veterinário argentino Luis Barcos à direção geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), promovida pelo CAS em sua presidência pro tempore: “O objetivo maior não foi alcançado, mas foi dado um sinal muito claro a esse organismo diretor da saúde animal sobre a importância do bloco das Américas, que deve ser levado em consideração quanto às políticas e regulamentos internos que são determinantes para o comércio internacional de produtos de origem animal”.
 
Mattos também destacou a participação do CAS em foros internacionais — com apoio do IICA como secretaria técnica-administrativa —, especialmente nas últimas Conferências da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27 e COP28).
 
“Estivemos tanto em Sharm-El-Sheik como em Dubai, defendendo o papel fundamental da produção agropecuária regional. Nesses foros mundiais, temos mostrado os avanços alcançados em nossa região em termos de mitigação e adaptação à mudança do clima, e temos participado dos debates de comércio internacional, uma vez que se pretendem introduzir fatores ambientais como desencadeadores de regras comerciais”, explicou Mattos.
 
O ministro também deu detalhes sobre o trabalho realizado para demonstrar a sustentabilidade dos sistemas produtivos da região frente à Regulamentação 1115/2023 da União Europeia, que demanda certificação de que os produtos primários destinados à exportação não provêm de zonas desmatadas.
 
“Nós defendemos a sustentabilidade da produção, mas ao mesmo tempo trabalhamos para combater as barreiras não aduaneiras que pretendem impor ao comércio agrícola”, sustentou.
 
 “Foram muitos os temas que abordamos — resumiu Mattos —, mas fundamentalmente o que fizemos foi garantir o relacionamento entre os ministérios e as equipes dos diversos países, trabalhando de forma muito profissional com a secretaria técnica do IICA, que foi de um enorme apoio”.

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