Triângulo Norte Centro-Americano, uma preocupação dos países das Américas que será levada à Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU
São José, 9 de julho de 2021 (IICA). Os países das Américas farão um chamado sobre a situação de insegurança alimentar do Triângulo Norte Centro-Americano e as suas consequências sociais, econômicas e ambientais, indicando que a região de extrema vulnerabilidade merece atenção especial.
O chamado será feito na próxima Cúpula de Sistemas Alimentares convocada pela ONU, em que se enfatizará a necessidade de se dispensar atenção particular à região de 156.000 quilômetros quadrados que atravessa três países – El Salvador, Guatemala e Honduras - e se compõe de 218 municípios com altas taxas de migração, nos quais 25% da população são jovens entre 15 e 35 anos.
"A situação de insegurança alimentar com implicações sociais, econômicas e ambientais merece atenção especial”, disseram os países sobre o Triângulo Norte.
A afirmação consta de uma resolução respaldada pelos 31 países que participaram da reunião do Comitê Executivo do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) – um dos órgãos de governo da entidade especializada em desenvolvimento agropecuário e rural – instância em que se acordou uma postura unificada das nações das Américas na Cúpula que se realizará em setembro e terá um evento prévio no final deste mês em Roma.
Os países referendaram 16 mensagens-chave incluídas no documento “Principais mensagens no caminho para a Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares na perspectiva da agricultura das Américas”, trabalho coordenado pelo IICA que os Estados membros endossaram.
Na resolução aprovada, os países, além de manifestar o seu pleno apoio às mensagens gerais da agricultura hemisférica à Cúpula sobre os Sistemas Alimentares 2021, solicitaram ao Presidente do Comitê Executivo do IICA, o Ministro da Agricultura e Pecuária do Paraguai, Moisés Santiago Bertoni, e ao Diretor Geral do Instituto, Manuel Otero, "enviar essas mensagens à Pré-cúpula sobre os Sistemas Alimentares da ONU, que se realizará de 26 a 28 de julho de 2021, em Roma, Itália".
A região do Triângulo Norte Centro-Americano é afetada especialmente por fatores que favorecem a migração e o deslocamento forçado, como pobreza extrema, falta de oportunidades trabalhistas, insegurança e violência. A insegurança alimentar aparece em um ambiente de acesso limitado à proteção social, esgotamento dos recursos naturais e repercussões adversas da degradação do meio ambiente e da mudança do clima. A agricultura e o desenvolvimento rural são considerados fundamentais para se abordar de maneira eficaz as causas da migração.
Além de manifestar a sua preocupação com o Triângulo Norte, os países das Américas também pedirão atenção especial para o Caribe – com ênfase nos países do Caribe Oriental e no Haiti – região habitualmente flagelada por desastres naturais e duramente impactada pela mudança do clima e que depende da importação de alimentos para a sua subsistência.
A situação do Caribe, região integrada por Estados insulares de escala e competitividade agrícola menores, “requer um olhar particular”, pelo que se deve considerar-se prioritário “fortalecer a resiliência frente aos eventos climáticos, reduzir os níveis de insegurança alimentar e aplicar enfoques de cooperação internacional e financiamento”, especialmente no Caribe Oriental e no Haiti – afirmou a resolução.
“Fortalecer a resiliência frente aos eventos climáticos, reduzir os níveis de insegurança alimentar e aplicar enfoques de cooperação internacional e financiamento para enfrentar os novos modelos” – indicaram os países das Américas.
O consenso estabeleceu uma ação unificada e coordenada no foro global, que começará a se plasmar já neste mês na Pré-Cúpula sobre Sistemas Alimentares de Roma, com a participação do IICA, que integra a Rede de Campeões de Cúpulas – uma das estruturas organizativas do foro – na condição de representante dos setores agrícola e rural da América do Norte e da América Latina e do Caribe.
A Cúpula foi convocada pelo Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, com o objetivo de encaminhar o planeta ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostas que visam a criar um ambiente de paz e prosperidade para a população global.
A unidade de ação aprovada no Comitê Executivo do IICA foi consolidada em torno da ideia de que os produtores agrícolas devem estar devidamente representados na Cúpula e de que o seu papel central para a alimentação também deve ser reconhecido.
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