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A Universidade de Córdoba e o IICA lançam mestrado para impulsionar a transformação digital no setor agrícola da América Latina e do Caribe

Autoridades del sector público y representantes del sector privado, la academia y organismos de cooperación internacional abordaron en el foro los elementos prioritarios para avanzar en la construcción de una hoja de ruta conjunta que permita superar la brecha digital rural y aprovechar las oportunidades de la agricultura digital en ALC, donde el tema de la capacitación fue de los aspectos que figuró en la lista de prioridades.
Autoridades do setor público e representantes do setor privado, da comunidade acadêmica e de organismos de cooperação internacional abordaram no foro os elementos prioritários para se avançar na construção de um roteiro conjunto que permita superar o hiato digital rural e aproveitar as oportunidades da agricultura digital na ALC, em cuja lista de prioridades figura o tema da capacitação.

São José, 1° de março de 2021 (IICA). A Universidade de Córdoba (Espanha) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) lançaram para a América Latina e o Caribe (ALC) o Digital Agrimestrado em transformação digital do setor agroalimentar e florestal, que tem o objetivo de formar e capacitar profissionais que apoiem e promovam a digitalização no setor agrícola e no meio rural.

A apresentação do curso de pós-graduação da Escola Técnica Superior de Engenharia Agronômica e de Montes (ETSIAM) da Universidade de Córdoba aconteceu no encerramento do ciclo de foros virtuais “Redução do hiato digital nas zonas rurais da América Latina e do Caribe: Para uma revolução agrícola digital”, organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

O mestrado, com mais de 10 módulos, proporciona uma formação especializada e de qualidade, abordando tecnologias disruptivas por meio de um programa baseado em casos reais de inovação, digitalização e vigilância tecnológica, internet das coisas, análise de dados e imagens de satélite, sensores aplicados a alimentos, solo, água e planta, big data e blockchain, entre outras temas.

Com metodologia própria, o programa acadêmico pretende gerar pensamento crítico para promover o desenvolvimento de uma agricultura mais competitiva, sustentável e inclusiva na região. Os interessados em cursar o mestrado devem ir ao site https://digitalagri.es/.

“A transformação digital já não é mais uma opção ou estratégia de ganho de produtividade, mas uma questão de sobrevivência para a agricultura e o setor agroalimentar. É imprescindível dispor de novos profissionais que assumam a importância do processo de inovação, e a formação que apresentamos com o IICA pode ajudar a romper barreiras de adoção da tecnologia e avançar para a construção de um futuro melhor do nosso setor agrícola”, afirmou a Diretora da ETSIAM, Rosa Gallardo.

A decisão da Universidade de Córdoba de abrir o mestrado para a ALC resultou da crescente demanda da parte de profissionais latino-americanos. Em resposta a isso, a Universidade se aliou com o IICA que, por meio da sua rede de 34 escritórios nas Américas e da sua ampla margem de ação, contribuirá e promoverá a agenda digital, coordenando e envolvendo esforços de atores-chave, como governos, instituições e empresas privadas.

“No âmbito dessa parceria, queremos oferecer a nossa rede de 34 escritórios em cada um dos países que compõem o Sistema Interamericano. Na nossa América, é grande a carência de profissionais capacitados nessas novas disciplinas, algo que é uma necessidade inadiável”, destacou o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.

Roteiro para reduzir o hiato digital

No mesmo foro em que o mestrado foi apresentado, autoridades do setor público e representantes do setor privado, da academia e de organismos de cooperação internacional abordaram os elementos prioritários para se avançar na construção de um roteiro conjunto que permita superar o hiato digital rural e aproveitar as oportunidades da agricultura digital na ALC.

A capacitação foi um dos aspectos que figurou na lista, na qual também foram objetos de destaque o investimento em infraestrutura de telecomunicações, a conectividade, a alfabetização digital, a democratização da informação e o acesso a dados para a tomada de decisões em propriedades rurais, bem como a geração de estruturas institucionais para incentivar o investimento público e privado.

“Esta quarta sessão do ciclo de foros é o início do processo a ser continuado para elaborarmos o roteiro e definirmos o que devemos fazer e mudar para a transformação digital e o fechamento de hiatos, o que é fundamental para a reativação econômica e o desenvolvimento dos países da ALC”, disse o Vice-Ministro de Ciência e Tecnologia da Costa Rica, Teodoro Willink.

“A conectividade é fundamental. Os agricultores não podem participar da inovação digital se não têm conectividade ou acesso a coisas simples como um telefone móvel; essa área requer a atenção dos setores público e privado e a tecnologia necessária para se poder avançar”, acrescentou a Diretora de Agricultura do programa principal Azure Global Engineering da Microsoft, Claudia Rossler.

Rossler ressaltou ainda que muitas vezes se ignora o quanto de melhoria se pode proporcionar aos pequenos produtores por meio da tecnologia, como, por exemplo, “com dados meteorológicos e de satélite, os quais requerem análise e direcionamento para os agricultores e podem melhorar a tomada de decisões nas propriedades rurais”, impactando positivamente a sua produtividade, sustentabilidade e meios de vida.

No encontro, também se observou que será crucial reduzir custos para o acesso à digitalização ser exequível e priorizar soluções simples e efetivas, sempre adaptadas às necessidades particulares dos territórios rurais, aos jovens, aos povos indígenas e com enfoque de gênero para empoderar as mulheres que desempenham um papel fundamental no meio rural.

“Priorizar soluções simples e efetivas em custo, que proporcionam retornos altos, pode ser um salto importante no tipo de investimento em que é preciso pensar na agenda digital de um país, bem como ajustar-se às necessidades locais e ser includentes. O desenvolvimento digital a ser desenvolvido deve ser ambientalmente sustentável e resiliente à mudança do clima para a melhor utilização dos recursos naturais e a elaboração de políticas públicas que atendam a essas necessidades”, afirmou o Chefe da Divisão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Rural e Gestão de Riscos de Desastres do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Pedro Martel.

Claudia Carbajal, Diretora Regional para a América Latina da Agricultura de Precisão para o Desenvolvimento (PAD, sigla em inglês), afirmou que “é necessário melhorar a qualidade dos sistemas de comunicação nas zonas rurais e das estruturas institucionais para incentivar o investimento público e privado, encontrar mecanismos para que os recursos cheguem a essas áreas, baixar os altos custos dos serviços de telecomunicações e investir em alfabetização digital”.

O IICA e a PAD (cofundada pelo Prêmio Nobel de Economia 2019, Michael Kremer) firmaram uma parceria em 2020 para executar um programa de assistência técnica e extensão rural digital por meio da telefonia celular. Na sua primeira etapa, essa iniciativa conjunta oferecerá assistência remota a milhares de pequenos produtores no Nordeste do Brasil que vivem da criação de ovinos e caprinos e do cultivo de milho e feijão.

O Diretor Geral do IICA concluiu que, para se assentar as bases dessa agricultura mais moderna, resiliente, sustentável e socialmente mais inclusiva, é cada vez mais necessária a intercooperação, e ratificou o compromisso do Instituto em envidar esforços para alcançá-lo. Em suas palavras: “São tempos de intercooperação, da formulação de consórcios no que precisa ser uma grande coalizão transformadora para promover a digitalização da nossa agricultura e para que ela chegue às zonas rurais sem deixar ninguém para trás. Todos juntos temos que definir as ações para reduzir o hiato digital no meio rural e continuar avançando nessa transformação agrícola necessária que o meio rural na região exige quase aos gritos”.

Do foro virtual participaram também Luca María Pesando, Professor Assistente do Departamento de Sociologia e Centro de Dinâmica da População da Universidade McGill, e Rolando Flores, Decano da Universidade Estadual do Novo México.

Mais informação:
Emmanuel Picado, Gerente de Tecnologias da Informação, Comunicação e Agricultura Digital do IICA.
emmanuel.picado@iica.int