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Apresentado ao governo brasileiro por intermédio do IICA, o projeto, que tem direção acadêmica de Michel Kremer - Prêmio Nobel de Economia, pretende apresentar pilotos na COP28 e plataforma de inovações de vários países na COP30 de Belém

Universidade de Chicago busca iniciativas inovadoras no Brasil com foco em agricultura, segurança alimentar e mudanças climáticas com potencial para ganhar escala

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Brasil
Reuniãi MDA - Unversidade de Chicago
Ministro Paulo Teixeira: novas modalidades de crédito para agricultura familiar com juros subsidiados para produções agroecólogicas

Brasília, 16 de agosto de 2023 (IICA) – O trabalho que vem sendo desenvolvido pela recém criada Comissão de Inovações para as Mudanças Climáticas, Segurança Alimentar e Agricultura, da Universidade de Chicago, sob a direção acadêmica do Prêmio Nobel de Economia (2019), Michel Kremer, despertou o interesse do governo brasileiro. Em missão a Brasília nesta segunda-feira para apresentar a iniciativa e convidar gestores brasileiros a se unirem aos esforços, a gerente da Comissão, Imara Sales, acompanhada do Representante do IICA no Brasil, Gabriel Delgado,  foi recebida pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; pela presidente de Embrapa, Silvia Masshurá; secretários nacionais e gestores dos Ministérios da Agricultura e Pecuária; do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas;  e do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome.

Em uma série de reuniões, Imara apresentou os objetivos da Comissão, oficializada há dois meses, depois de um trabalho prévio de pesquisa de dois anos, para reunir inovações de diferentes países com potencial para ganhar escala e que são voltadas para pequenos e médios agricultores, mas que, por alguma razão, não estão sendo implementadas.

O trabalho da Comissão é identificar inovações concretas escaláveis com evidências de impacto e com relação custo-efetividade evidente. Além disso, o grupo avalia as barreiras que impedem a implementação das soluções já desenvolvidas, como falta de financiamento, capacitação, arranjos institucionais, entre outros, e propõe mecanismos para estimular a inovação de forma eficiente para mudanças climáticas, segurança alimentar e agricultura.

 “A iniciativa nasceu de nossa frustação de saber que há milhares de ideias incríveis pelo mundo afora que não vingam, e que poderiam beneficiar milhões de pessoas”, explicou Imara. Segundo ela, por meio de uma metodologia aplicada, a Comissão selecionou 22 setores ligados à agricultura, mudanças climáticas e segurança alimentar, que terão essas iniciativas identificadas em diversos países até dezembro de 2025. “São exemplos de inovações biológicas e agronômicas, como tipos de sementes mais resilientes ou fertilizantes microbianos que capturam gases, entre outras”, disse.

Depois deste período, a Comissão se desfaz, mas a ideia é criar novos mecanismos para estimular a implementação, após unir entidades, fundos, governos e instituições em torno dos esforços, e analisar os resultados em 2030. O grupo conta com o apoio de mais de 20 pesquisadores em vários países, e pretende levar duas inovações identificadas e já trabalhadas, como pilotos, para a COP28, em Dubai, em novembro.

O diretor-executivo da Comissão, Paul Winters, já apresentou o projeto na Índia, primeira visita da Comissão. “O Brasil está sendo nosso segundo destino. Temos muita expectativa, pois o Brasil está bastante voltado para o desenvolvimento de uma agricultura digital mais inclusiva. Além disso, como nosso trabalho é identificar iniciativas inovadoras escalonáveis, considerando o tamanho do Brasil, o que encontramos aqui será muito importante”, disse Imara.

O ministro Paulo Teixeira falou sobre políticas públicas que vem sendo implementadas, como o Plano Safra com juros subsidiados para produtores da agricultura familiar, sobretudo para os que implementam manejos sustentáveis, como agroecologia, e entre outros programas que estão sendo formulados, inclusive para a Amazônia.

Reunião Embrapa - Universidade de Chigago
Silvia Masshurá, presidente da Embrapa explicou como funciona o Comitê Gestor para as Mudanças Climáticas

 A presidente da Embrapa citou explicou os eixos de trabalho da Empresa Brasileiro de Pesquisa Agropecuária e comentou sobre o zoneamento agrícola de riscos climáticas e sobre iniciativas recentes, como a criação de uma unidade mista de genoma aplicadas às mudanças climáticas.

 No Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, ficou em interessada na experiência da Universidade de Chicago com programas de fomento na Índia durante dez anos. Ela explicou as políticas públicas de combate a fome que foram retomadas no atual governo e as novas iniciativas voltadas para a segurança alimentar e nutricional nas áreas rurais.

 

 O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, João Paulo Capobianco, falou sobre o Plano Nacional de Mudanças do Clima, que está sendo desenvolvido. “Um terço das emissões vêm dos sistemas alimentares, mas a agricultura pode capturar carbono”, lembrou.

Reunião MMA - Universidade de Chicago
No Ministério do Meio Ambiente, o secretário-executivo, João Paulo Capobianco ressaltou a importância da bioeconomia e das florestas produtivas da Amazônia

 Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária, falou sobre o Programa de Conversão de e Recuperação de Pastagens Degradadas e explicou a revolução  que o desenvolvimento da agricultura tropical fez no Brasil e falou sobre a mudança de prioridades. “Nos últimos 20 anos o imperativo mudou, antes era alimentar os brasileiros, agora é produzir de forma sustentável”, disse.                                                                           

Para Gabriel Delgado, a apresentação da Comissão foi um êxito, considerando que houve muito interesse e todas as secretarias nos Ministérios visitados e na Embrapa indicaram pontos focais para ajudar a Comissão a identificar iniciativas. “Há muito interesse em mostrar ações eficientes e encontrar parceiros. Este semestre, o Brasil está presidindo o Mercosul, em 2025 preside o G20 e em 2026 os Brics, portanto, nos próximos anos esses fóruns serão vitrines importantes para mostrar os avanços na produção agropecuária sustentável brasileira e iniciativas de sucesso para pequenos agricultores que possam ser aplicadas em outro países e escaladas no Brasil e aqui na região. Há muitos exemplos em financiamento rural, captura de carbono, sistemas integrados, estratégias de combate à fome, entre outros, não apenas no Brasil, mas em toda a região”, disse.