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Baixa emissão de carbono na pecuária

País de publicación
Brasil

Segundo dados de 2017 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil possui o segundo maior rebanho de bovinos do mundo, com aproximadamente 226 milhões de cabeças (estando atrás da Índia), e é atualmente o segundo maior produtor mundial de carne – ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O setor movimenta R$ 167,5 bilhões por ano e gera cerca de 7 milhões de empregos, conforme informação da Confederação Nacional de Agricultura (CNA).

Com o objetivo de difundir tecnologias de produção sustentável para o setor, que possam reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e que ainda direcionem ao aproveitamento de resíduos, gestão de recursos naturais e geração de renda para milhares de produtores, foram lançados o projeto e a publicação “Pecuária de Baixa Emissão de Carbono”.

A iniciativa, promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no âmbito do Projeto de Cooperação Técnica (PCT) “Desenvolvimento Agropecuário”, em parceria com o IICA Brasil, faz parte do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). Com isso também busca-se responder aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE) no setor agropecuário.

Ações
A agricultura, incluindo a pecuária, contribui com 14% das emissões globais de GEE, sendo o terceiro maior setor responsável pela emissão desses gases no mundo. Buscando contribuir para a redução desse índice, o projeto “Pecuária de Baixa Emissão de Carbono” identificou e selecionou as tecnologias de produção sustentáveis passíveis de serem implantadas nas condições de produção de bovinos de corte e leite em sistemas confinados brasileiros. O foco da pesquisa foi contemplar as tecnologias de gestão racional da água e dos alimentos, implantação de biodigestores, geração de energia elétrica por meio do uso do biogás produzido pelos dejetos, compostagem mecanizada e também pelo sistema de compost barn (área coberta de descanso para vacas leiteiras, revestida com cama de serragem, aparas de madeira e esterco compostado).

As ações e atividades descritas na publicação priorizam o aproveitamento econômico dos resíduos, que traz consequente aumento de renda para os pecuaristas. O estudo também contém informações que estimulam o uso adequado do biofertilizante gerado pela atividade.

É importante lembrar que, no Brasil, a criação de bovinos ainda é predominantemente extensiva. No entanto, sistemas confinados de bovinos de corte e, principalmente, bovinos de leite, vêm ganhando espaço dentro da produção nacional. Desenvolvido com base no projeto “Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono”, que em 2016 ampliou em mais de 100% a contratação de crédito para tratamento de dejetos na produção de suínos, o projeto voltado à pecuária objetiva, também, aumentar a contratação de financiamentos para investimentos que contribuam para a redução de impactos ambientais causados pela atividade.

Conheça o Plano ABC
O Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) tem por finalidade a organização e o planejamento das ações para a adoção de tecnologias de produção sustentáveis, selecionadas com o objetivo de responder aos compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor agropecuário assumidos pelo Brasil. Atualmente é composto por sete programas: Recuperação de Pastagens Degradadas; Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroforestais (SAF's); Sistema Plantio Direto (SPD); Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); Florestas Plantadas; Tratamento de Dejetos Animais; Adaptação às Mudanças Climáticas.

A publicação pode ser acessada gratuitamente na biblioteca site do IICA:
http://opackoha.iica.int/cgi-bin/koha/opac-search.pl?language=pt-BR&limit=branch%3ACDBR&sort_by=pubdate_dsc

Link direto para o livro:
http://repositorio.iica.int/bitstream/11324/6225/1/BVE17119428p.PDF