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Parceria entre IICA e Embasa, que possibilitou a contração do estudo, conta com apoio da Agência Brasil de Cooperação

Estudo vai mapear potencial do lodo das ETE da Bahia para condicionar solos agrícolas, entre outros usos

País de publicación
Brasil

Brasília, 24 de junho de 2020 (IICA). O lodo de esgoto é um resíduo sólido de alto potencial de contaminação e de gestão complexa, que requer atenção no planejamento e execução do destino final desses resíduos. Por isso, uma parceria entre o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A (Embasa) resultou na assinatura do contrato, no dia 15 de junho, com o consórcio Incibra/Inncive/Nippon Koei Lac para a elaboração e execução do Estudo de Avaliação das Potencialidades de Aproveitamento do Lodo Provenientes das Estações de Tratamento de Esgotamento Sanitário do Estado Bahia.

Parceria entre IICA e Embasa, que possibilitou a contração do estudo, conta com apoio da Agência Brasil de Cooperação
Parceria entre IICA e Embasa, que possibilitou a contração do estudo, conta com apoio da Agência Brasil de Cooperação  

O contrato assinado é resultado da licitação internacional nº 158/2019. A concorrência ocorreu no âmbito do processo de cooperação técnica entre o IICA, Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Embasa, responsável pelo financiamento do estudo. O contrato de R$ 1,3 milhão tem vigência de 12 meses e inclui a elaboração de mapas temáticos, modelos padrões para aplicabilidade da prática do uso e disposição de lodo de esgoto e de escopo para um projeto-piloto, visando uma gestão efetiva dos resíduos sólidos e um manejo ambientalmente adequado das estações de tratamento de esgoto.  

Além de complexo, o gerenciamento do lodo de esgoto proveniente de ETEs tem alto custo e, caso mal executado, pode comprometer os benefícios ambientais e sanitários esperados destes sistemas.

 

Uso Agrícola - O uso mais indicado desse resíduo é o condicionamento de solos agrícolas, mas é preciso respeitar uma série de regras legais e operacionais para que o material não traga riscos à população consumidora dos produtos e aos trabalhadores do campo. Estimativas apontam que mais de 90% do lodo produzido no mundo tem sua disposição final por meio de três processos: incineração, disposição em aterros e uso agrícola.

A reciclagem agrícola implica a garantia de fornecimento de insumo de boa qualidade à agricultura, com seleção criteriosa, escolhendo áreas e culturas aptas com a orientação técnica adequada ao produtor rural e com monitoramento ambiental. A rentabilidade do uso desses resíduos é uma forma de garantir o interesse dos agricultores e, consequentemente, a sustentabilidade do processo.

No entanto, a prática de aproveitamento de lodo ainda pouco abrangente no Brasil, que não possui dados atualizados e consistentes disponíveis referentes à produção e disposição final de lodo. O arcabouço legal e normativo no país ainda é incipiente quanto a diretrizes de projeto, execução e operação.  “Além de gerar conhecimento sobre o potencial social e econômico da prática, o estudo poderá fornecer informação que podem ser úteis inclusive para adaptar o arcabouço regulatório, caso seja necessário”, disse o representante do IICA no Brasil, Christian Fischer. “A experiência da Bahia poderá ser referência para outros estados e países, pois, entre os benefícios do estudo, está a produção de um manual de orientações práticas”, completou.

Entre as alternativas de uso do lodo residual das ETEs, a reciclagem agrícola é a que apresenta maior perspectiva de crescimento, devido à necessidade, cada vez maior, de aumento de produção de alimentos. A importância dessa prática foi reconhecida pela Agenda 21, que inclui o tema “Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com o esgoto”, definido as seguintes orientações para a sua gestão: a redução da produção, o aumento máximo da reutilização e da reciclagem, e a promoção de depósitos e tratamento ambientalmente saudáveis. Já a quantidade de lodo lançado em aterro sanitário tende a ser reduzida devido às exigências ambientais crescentes para utilização desta alternativa.

Entre os produtos previstos no estudo estão um plano de trabalho, experiências nacionais e internacionais, diagnóstico de potencialidades, soluções e concepção da área prioritária, mapa temático, manual de orientações práticas, termo de referência para um projeto básico executivo da área prioritária e resumo executivo.

O IICA é o organismo especializado em agricultura do Sistema Interamericano (OEA) que apoia os esforços dos estados membros em sua busca pelo desenvolvimento agrícola, pelo bem estar rural e cooperação técnica.

 

Mais informações:

Coordenadora de Comunicação no Brasil

Contatos: +55 (61) 99138 4898 | claudia.dianni@iica.int