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Resiliente, modelo é adequado para a região, mas precisa estar baseado em pilares apontados na publicação para garantir sustentabilidade

Estudo IICA-IPAM vê potencial de integração panAmazônica pela bioeconomia

País de publicación
Brasil
Bioeconomia
Acesse o estudo aqui 

Brasilia, 9 de maio de 2024 (IICA) - Regime econômico emergente e promissor para garantir sustentabilidade e adequação à crise climática, a bioeconomia tem ocupado cada vez mais espaço no debate global. No entanto, devido a uma produção baseada no uso de recursos biológicos, o modelo requer contornos regulatórios e fundação em pilares seguros, de acordo com estudo produzido em parceria pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônica (Ipam) divulgado ontem, que vê potencial para um bioecomomia PanAmazônica.

O relatório, Bioeconomia e Sociobiodiversidade Amazônica: um potencial eixo de integração dos Países da PanAmazônia foi apresentado na sede da representação do IICA no Brasil, em Brasília, para um público de 80 especialistas no setor, 50 presenciais e 30 que acompanharam remotamente em países amazônicos.

Segundo o estudo, para que a bioeconomia amazônica e de países da Panamazônia seja eficiente e sustentável é necessário “construir suas bases de forma a garantir o fim do desmatamento, o fortalecimento de práticas e culturas tradicionais locais, diversificar a produção valorizando a biodiversidade,  frear o avanço das monoculturas, distribuir os benefícios de forma justa e tomar decisões com comunidades locais”.

Propostas - O documento propõe construção de governança; criação de uma plataforma de dados integrada; regulamentação do mercado de carbono jurisdicional em nível Panamazônico e iniciar um processo de identificação de projetos de bioeconomia e da sociobiodiversidade e sua implementação em outros países amazônicos. Para concretizar as propostas, o documento sugere que negociações sobre bioeconomia nos países amazônicos sejam feitas em estreita coordenação com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

“O desenvolvimento de uma bioeconomia justa e sustentável é estratégico aos governos Panamazônicos do ponto de vista de cooperação internacional e dos compromissos assumidos em agendas compartilhadas internacionalmente, como o Acordo de Paris e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030”, lembra o coordenador da Região Sul e Representante do IICA no Brasil.

 

Narrativas - A publicação contextualiza as diferentes narrativas globais sobre a bioecomomia, como a da biotecnológica, voltada para o crescimento econômico e criação de empregos, inovação e tecnológica; a dos biorrecursos, com foco em pesquisa e desenvolvimento em matérias primas biológicas e criação de novas cadeias de valor, e a visão bioecológica, que ressalta a importância dos processos ecológicos e do uso ótimo de energia e nutrientes como forma de evitar a degradação dos solos em monoculturas, visando a preservação da biodiversidade.

“Qualquer abordagem deve considerar a finitude dos recursos. A bioeconomia ganha cada vez mais espaço na agenda global e foi incluída como tema de trabalho no G20. Esta semana, estivemos no segundo encontro sobre bioecomomia no G20, presidido pelo Brasil, o que mostra a relevância do tema.  A ideia de fazer a parceria com o IPAM surgiu justamente na Cúpula da Amazônia, em Belém, em agosto do ano passado, pois queremos dar sequência às ações, estudos e discussões sobre o tema e propor soluções”, lembrou Delgado.

“Em menos de um ano, tivemos uma resposta concreta de um estudo tão importante sobre a bioeconomia e diversidade na Amazônia, principalmente sobre como pode ser um eixo de integração para os países da Panamazônia”, destacou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, presente na abertura do encontro. Ela ressaltou a importância do bioma para a Embrapa, que mantém nove unidades na Amazônia Legal.  

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Apresentação do estudo na sede do IICA, em Brasilia 

Para o Ipam, a bioeconomia na Panamazônia precisa de alicerces capazes de garantir a proteção e valorização da biodiversidade e a geração de renda sem negligenciar a situação de vulnerabilidade da população local e os limites climáticos já impostos globalmente.

“Em um cenário de crise climática em situação de calamidade em escala global, a Amazônia tem esse papel de fornecer globalmente para a sociedade regulação climática e toda a biodiversidade e serviços ecossistêmicos que a gente vê. Hoje, 40% do que resta da floresta, sem contar os 20% desmatados, está em estado de degradação, o que reduz a capacidade de regulação climática”, disse Patricia Pinho, diretora-adjunta de Pesquisa do Ipam.  “É urgente apoiar a mudança de paradigma e a resiliência neste cenário de crise climática e humanitária”, completou.

Bioeconomia Amazônica - O estudo ressalta as abordagens amazônicas da bioeconomia, como a “bioeconomia tradicional, que baseia na sociobiodiversidade dos ecossistemas nativos e consiste principalmente em atividades extrativistas voltadas à subsistência e à comercialização com intermediários; a bioeconomia de base florestal, que se adequa às regiões florestais que possuem algum grau de degradação ou distúrbio, e bioeconomia de commodities,  que justifica a inclusão de commodities agrícolas na visão de bioeconomia, a fim de reduzir os impactos negativos destas práticas produtivas na biodiversidade, cultura e modo de vida em grandes áreas ocupadas por fazendas na Amazônia”.

Aliança Regional - Na visão do IICA, a bioeconomia é uma abordagem técnico-produtiva a partir do uso e aproveitamento de novas tecnologias e avanços técnico-científicos, que converge biologia, química, física, engenharias, tecnologias de informação e comunicação, inteligência artificial, dentre outras, para valorizar e otimizar a biomassa e a produção de novos biosserviços e bioprodutos.

 “São produtos e serviços com alto potencial de agregação de valor e crescimento nos mercados nacionais e internacionais, como, por exemplo, de energia, construção, turismo e medicina”, explicou Hugo Chavarria, gerente de Inovação e Bioeconomia do IICA. O IICA atua como secretaria-executiva da Rede Latino-Americana de Bioeconomia, lançada no ano passado, em Buenos Aires. Recentemente, o IICA lançou o Informe sobre a Situação e Perpectivas da Bioeconomia na América Latina e Caribe

O estudo sobre a bioeconomia na Panamazônia foi apresentado por Patrícia Pinho e pela pesquisadora do Ipam, Olivia Zerbini. Também participaram da discussão, com apresentações sobre as iniciativas de suas instituições e órgãos, Carina Mendonça Pimenta, secretária nacional e Bioeconomia (MMA); Moisés Savian, secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental; Edith Predes, diretora administrativa da OTCA; Ana Euler, diretora de negócios da Embrapa; o diretor de Fomento Florestal, André Rodrigues Aquino e Sandra Afonso, do Serviço Florestal Brasileiro (SFB)de Aquino , do Serviço Florestal Brasileiro. Luz Marina Almeida, da Secretária de Estado de Meio Ambiente do Pará, apresentou o Plano Estadual de Bioeconomia do estado.

A elaboração do documento foi coordenada por Olivia Zerbini e Patrícia Pinho (IPAM) e contou com a participação de Ariane Rodrigues e Paulo Moutinho (IPAM). Do IICA, participaram Gabriel Delgado, Hugo Chavarría, Edwin Prado, Christian Fischer, e Cristina Costa, que moderou o evento de apresentação no IICA.

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Informações para a Imprensa

Claudia.dianni@iica.int