Integrantes do IICA do Brasil, Bolívia e Peru se reúnem para discutir biodiversidade
Brasília, 2 de dezembro de 2019 (IICA). Cerca de 40 pessoas de oito países – Bahamas, Belize, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Curaçau, México e Peru – participaram do webinário realizado no último dia 27 de novembro pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), no âmbito do Programa de Comércio Internacional e Integração Regional do instituto.
Foram apresentados casos de sucesso em andamento no Brasil, Bolívia e Peru. Por parte do Brasil, além dos especialistas locais do instituto foram convidados a participar Kolbe Santos, da WWF Brasil; Marco Pavarino, coordenador geral de Extrativismo do Departamento de Estruturação Produtiva da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); e André Araújo, coordenador de Articulação e Apoio ao Extrativismo do Departamento de Estruturação Produtiva do MAPA. Do Peru, participaram Omar del Carpio, diretor e fundador do Laboratório de Prospectiva e Inovação em Bioeconomía “Biofuture Lab” e Adder Retamozo, coordenador geral da plataforma Bioagrifood Future. E pela Bolívia estavam o Representante do IICA naquele país, Santiago Vélez, além de colaboradores e dos pesquisadores Katia Méndez e Camilo Mejía, da empresa de consultoria Biointropic, que trabalha em um projeto desenvolvido na cadeia do açaí.
A experiência apresentada pelo Brasil foi o Projeto Mais Bio, que tem como objetivo identificar produtos da biodiversidade brasileira que já estejam sendo comercializados nos mercados internacionais ou que tenham potencial para isso. Na primeira fase do projeto foram identificados e caracterizados 15 produtos da biodiversidade brasileira, assim como seu contexto social, político e econômico e, em alguns casos, seu potencial de exportação a mercados estrangeiros.
O caso boliviano apresentado foi o trabalho desenvolvido na cadeia do açaí, que identifica o aproveitamento deste produto em distintas fases e seu potencial nos mercados da bioeconomia, por exemplo, alguns de seus componentes químicos no campo da farmácia e no de cosméticos.
Pelo Peru, compartilham a experiência em torno do Biofuture Lab, uma plataforma de gestão do conhecimento e colaboração com sistema de inteligência e prospectiva que busca visibilizar os temas e atores chaves da bioeconomia, fornecer acesso à informação àqueles que não têm, aos que têm acesso aos novos conhecimentos e, ainda, apoiar os processos de pesquisa, inovação e desenvolvimento.
“Foi fundamental essa iniciativa porque a gente teve a oportunidade de trocar experiências em um tema hemisférico do IICA que instituto está sendo protagonista nisso nos países. O tema bioeconomia e também sociobiodiversidade ainda não contam com programas muito consolidados, do ponto de vista de política públicas. Por isso, é importante para a gente buscar, justamente, que essas ações possam se transformar em políticas públicas para os países”, avaliou o coordenador técnico do IICA Brasil, Heithel Silva.
De acordo com ele, as políticas públicas poderiam se materializar em fomento a crédito, assistência técnica e ações de valorização e aproveitamento do potencial de produtos da sociobiodiversidade o mercado internacional. “A gente acredita que esses produtos possuem um grande potencial de mercado, tendo em vista a valorização atual da sociedade dos alimentos saudáveis, que são de sua base familiar, de sua identidade cultural”, complementou Heithel Silva.
Para Nadia Monge, especialista do Programa de Comércio Internacional e Integração Regional do IICA, “a iniciativa proporcionou um intercâmbio de experiências entre países da região e iniciativas do IICA em Bioeconomia e em Promoção Comercial, que poderão integrar outros e novos atores, como governos, empresas e organizações da sociedade civil que colaborem no âmbito da biodiversidade, da agricultura familiar e dos negócios internacionais agrícolas”.
“O valor deste projeto está nas histórias das pessoas que produzem e comercializam os produtos da biodiversidade. O alcance do Projeto Mais Bio somente pode se ampliar com parceiros e alianças no Brasil e em outros países, onde a diversidade seja valorizada. O comércio dos produtos da biodiversidade deve ter em conta as preocupações com a segurança na condução da política ambiental e envolver aspectos técnicos que deverão ser examinadas nas negociações internacionais, como a propriedade intelectual, os códigos pautais, conhecimentos tradicionais e a denominação de origem”, avaliou a especialista.
Mais informações:
Nadia Monge, Especialista do Programa de Comércio Internacional e Integração Regional do IICA.